Avião em que morreu Gabriel Diniz não tinha autorização para táxi aéreo

A aeronave que caiu no fim da manhã desta segunda-feira (27) e que levava o cantor Gabriel Diniz, 28, não tinha autorização para fazer táxi aéreo.

Segundo informações da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), a aeronave é do Aeroclube de Alagoas e tinha a autorização apenas para fazer voos de instrução. A Folha tentou ligar para os donos do aeroclube, mas não obteve resposta.

Segundo a Anac, a aeronave tinha o Certificado de Aeronavegabilidade, ou seja, autorização para voar, até 2023. A inspeção mecânica do monomotor também estava em dia e vigente até 2020.

O monomotor Piper, modelo PA-28-180, tinha o prefixo PT-KLO. A aeronave foi fabricada em 1974 e tinha a capacidade para o transporte de apenas três passageiros, mais o piloto. 

Segundo os bombeiros, a aeronave caiu na cidade de Estância, próximo à Ponta do Saco, uma área de mangue e de difícil acesso. O Grupamento Tático Aéreo do estado está atuando para o resgate de corpos.

O piloto Linaldo Xavier está entre as vítimas confirmadas pela PM de Sergipe.

A Aeronáutica disse em nota nesta segunda que já iniciou o processo de investigação pelo acidente. A investigação deverá contar com fotografias, documentos e testemunhos sobre o acidente. A Aeronáutica ressalta que sua investigação tem como objetivo prevenir novos acidentes do tipo. 

Em fevereiro de 2019, o jornalista Ricardo Boechat também morreu em um acidente aéreo em um helicóptero que não tinha autorização para fazer táxi aéreo. 

Comentando o acidente de Boechat, o engenheiro aeronáutico Shailon Ian, CEO da consultoria Vinci Aeronautica, disse que o transporte irregular de passageiros é “um dos maiores problemas enfrentados na aviação hoje”. “Uma empresa de táxi aéreo passa por um processo longo de certificação na Anac com várias exigências que quem pratica o transporte clandestino ou pirata não se submete”, afirma. 

Fonte: Folha