Caso Ricardinho volta à tona e pode gerar bloqueio de R$ 25 mi no São Paulo

Dezessete anos depois, a contratação do meia Ricardinho pelo São Paulo pode custar muito caro ao clube do Morumbi. A bombástica transferência do jogador do arquirrival Corinthians custou, em 2002, R$ 6 milhões. Agora, pode gerar nas contas são-paulinas um bloqueio de R$ 25 milhões e afetar profundamente a situação financeira até o fim do ano.

O valor é alvo de cobrança pela empresa RES Empreendimentos, que adquiriu o crédito de um grupo de investidores que ajudou na operação de 2002. Na Justiça, a empresa já foi reconhecida como credora do São Paulo, e agora está executando o valor e exigindo o pagamento. Atualizado, ele é de R$ 25.433.833 reais.

Em cobranças judiciais, é comum que a parte devedora ofereça uma garantia – um bem, um imóvel ou a promessa de pagamento por um banco – para evitar ter suas contas bloqueadas e suas atividades prejudicadas enquanto se defende. No caso do São Paulo, era uma carta de uma instituição chamada Profit Bank, se comprometendo a arcar com até R$ 35 milhões em caso de derrota no processo. Essa garantia foi, entretanto, anulada pela Justiça, em decisão publicada ontem. Imediatamente, a RES Empreendimentos solicitou o bloqueio de R$ 25 milhões das contas do clube.

A Justiça descobriu que a Profit Bank, que se comprometia a arcar com a dívida em caso de derrota do São Paulo, é ré em diversos processos justamente por não pagar os valores prometidos em garantias prestadas a terceiros. Em vários deles, tenta parcelar valores pequenos, que chegam até a R$ 4 mil reais, sob a alegação de que não possui condições de arcar com o valor inicialmente estipulado. Além disso, a empresa não possui os devidos registros no Banco Central. Esses argumentos levaram à derrubada da garantia.

A queda da garantia abre as portas para que a RES comece a buscar penhoras e bloqueios de contas e ativos do São Paulo, até satisfazer a dívida. A empresa busca o bloqueio imediato do valor integral – ainda não há decisão judicial nesse sentido.

O departamento jurídico do clube diz que está ciente da decisão e já trabalha para buscar uma solução que não passe pelo congelamento dos cofres são paulinos. A estratégia, entretanto, só será divulgada em juízo.

Fonte: Uol