Exército turco inicia ofensiva na Síria e ataques aéreos atingem cidade de fronteira

Ao anunciar o início da ação, o presidente Tayyip Erdogan disse que o objetivo é eliminar o que chamou de “corredor de terror” na fronteira sul turca.

A Turquia está pronta para avançar sobre o nordeste da Síria desde que tropas dos Estados Unidos, que vinham lutando com os curdos contra o Estado Islâmico, começaram a se retirar da área, uma mudança de diretriz abrupta do presidente Donald Trump amplamente criticada em Washington por ter sido vista como uma traição aos aliados curdos.

Uma fonte de segurança turca disse à Reuters que a operação militar foi iniciada com ataques aéreos.

Várias grandes explosões sacudiram Ras al Ain, localizada pouco depois da fronteira e de frente para a cidade turca de Ceylanpinar, informou um repórter da CNN turca, acrescentando que era possível ouvir os aviões no céu e ver fumaça emanando de edifícios da cidade.

Moradores estavam deixando a cidade, segundo testemunhas.

Potências mundiais temem que a ação inicie uma nova fase na guerra da Síria e aprofunde o caos regional. Ancara disse que pretende criar uma “zona segura” para devolver milhões de refugiados à Síria.

Mais cedo, Erdogan disse ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, em uma conversa telefônica que a operação ajudará a levar paz e estabilidade à Síria.

Mas Damasco se disse determinada a confrontar qualquer agressão turca com todos os meios legítimos.

Para a Turquia, que vê os combatentes curdos da milícia YPG no nordeste da Síria como terroristas devido aos seus laços com militantes responsáveis por uma insurgência em solo turco, um influxo de sírios não-curdos ajudaria a criar uma zona tampão contra sua principal ameaça de segurança.

Em meio à preocupação humanitária crescente, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, exortou todas as partes presentes no nordeste sírio a mostrarem o máximo de moderação e protegerem os civis.

As forças lideradas pelos curdos repudiaram a mudança de diretriz dos EUA, que viram como uma “facada nas costas”. Trump negou ter abandonado essas forças, que foram os aliados mais efetivos dos EUA no combate ao Estado Islâmico na Síria.

Fonte: Reuters