Filho andou por seis horas para pedir ajuda após mãe ser assassinada em massacre de família mórmon

Devin Blake Langford, de 13 anos, andou por seis horas em uma estrada em busca de ajuda após presenciar o assassinato da mãe, Dawna Langford, e de dois irmãos, vítimas do ataque de criminosos que terminou com a morte de nove pessoas da mesma família no México. Após o crime, Devin também tentou esconder os seis irmãos que sobreviveram à tragédia.

“Depois de testemunhar a morte de sua mãe e seus irmãos, o filho de Dawna, Devin, escondeu seus outros seis irmãos nos arbustos e os cobriu com galhos para mantê-los seguros enquanto procurava ajuda”, relatou a familiar Kendra Lee Miller, no Facebook.

Segundo Kendra, Devin voltou para o local apenas às 17h30, seis horas após o crime. A demora fez com que a irmã McKenzie, de 9 anos, também deixasse o local em busca de ajuda. Ela foi encontrada por autoridades mexicanas por volta de 21h30.

O grupo com nacionalidade americana e mexicana vivia na comunidade mórmon La Mora, no estado mexicano de Sonora. Além de Dawna e os filhos de 11 e 3 anos, também foram assassinados Christina Marie Langford Johnson, de 31 anos e Rhonita Maria Miller, de 30 anos, com os quatro filhos. As crianças tinham 12 e 10 anos de idade e os bebês gêmeos tinham apenas de oito meses de vida.

O carro de Rhonita foi incendiado pelos criminosos; A mulher e os quatro filhos morreram Foto: STR/AFP / STR/AFP

Mãe salvou filha de sete meses

Christina Langford Johnson, de 31 anos, foi uma das nove vítimas de massacre no México Foto: Reprodução/Redes Sociais

Outro ato heróico em meio a tragédia foi realizado por Christina. Faith, a filha de apenas sete meses dela foi encontrada em um carro cravejado de tiros, mas estava presa em uma cadeirinha que parecia ter sido foi colocada às pressas embaixo do banco do veículo, o que evitou que fosse atingida por qualquer disparo.

“Encontraram a bebê de Christina, Faith, em um veículo cheio de buracos de bala. De alguma forma, ela permaneceu intocada e viva”, contou Kendra. Ela disse ainda que Christina chegou a sair do carro para avisar aos criminosos que havia apenas mulheres e crianças nos veículos, mas a atitude foi em vão.

Polícia prendeu suspeito

Um homem suspeito de ter participado do massacre foi preso nesta terça-feira. A informação foi confirmada pela Agência de Investigações Criminais do estado de Sonora, que comunicou ainda que o homem foi detido enquanto mantinha dois reféns em Agua Prieta, próximo ao local onde ocorreu o crime. Foram apreendidos com ele carros, armas e grande quantidade de munições.

O procurador-geral do estado de Chihuahua, Cesar Peniche Espejel, confirmou a prisão em uma entrevista mas não detalhou o envolvimento do suspeito no crime. Ele ressaltou que o recém-formado cartel de drogas “Los Jaguares”, oriundo do cartel de Sinaloa, pode estar por trás da tragédia. Autoridades dos Estados Unidos investigam também o envolvimento do grupo criminoso “La Línea” nos assassinatos.

— Depois da prisão do “El Chapo” o cartel de Sinaloa sofreu fragmentações. Esses grupos vêm crescendo perto da fronteira com os Estados Unidos e estão envolvidos com tráfico de imigrantes e de drogas — disse o procurador à rádio mexicana “Imagen”.

Integrantes da família foram assassinados em 2009

Esta não é a primeira vez que os LeBarón são envolvidos em incidentes criminais. A família é conhecida pelo ativismo contra narcotraficantes. Em 2009, Benjamin LeBarón e o cunhado Luis Widmar foram mortos em uma aparente revanche após forças de segurança mexicanas prenderem criminosos.

Os mórmons de origem germânica se fixaram no México na década de 1920, vindos dos Estados Unidos. O grupo se separou da Igreja de Jesus Cristos dos Santos dos Últimos Dias após a instituição banir a poligamia, no final do século XIX.

Fonte: Extra