Ministério Público abre processo contra Evo Morales por fraude eleitoral

O Ministério Público de La Paz decidiu abrir um processo criminal contra o ex-presidente da Bolívia Evo Morales e outras autoridades por suposta fraude eleitoral nas eleições de 20 de outubro.

O Procurador Geral do Estado, Juan Lanchipa, informou nesta quarta-feira que a Promotoria de La Paz abriu um novo processo contra Morales, o ex-vice-presidente Álvaro García Linera e os ex-ministros Juan Ramón Quintana, Héctor Arce e Carlos Romero.

Na semana passada, o candidato presidencial pela Comunidade Cidadã, Carlos Mesa, apresentou um memorial à Procuradoria Geral da República em Sucre, sede do Poder Judiciário, para incluir os ex-funcionários na investigação de uma suposta fraude eleitoral.

Na ocasião, Mesa, que presidiu a Bolívia de 2003 a 2005, disse que o país não permitirá que os autores da fraude fiquem impunes.

“PAVOR” A EVO MORALES

Enquanto isso, o deputado Edgar Montaño, do Movimento ao Socialismo (MAS), partido de Morales, afirmou que serão inventados processos contra o ex-presidente com receio de que ele esteja presente no Parlamento boliviano.

Morales apresentou uma candidatura a senador pelo MAS, embora esteja pendente de autorização da justiça eleitoral. “Eles devem saber que os bolivianos estão cansados, nesses pouco mais de 90 dias, da arbitrariedade que o governo está cometendo”, afirmou Montaño.

A INVESTIGAÇÃO

O Ministério Público abriu uma investigação contra os sete ex-membros do Supremo Tribunal Eleitoral por suposta fraude nas eleições de 20 de Outubro, seis dos quais estão em prisão preventiva e um em prisão domiciliar.

A investigação foi aberta após um relatório preliminar da Organização dos Estados Americanos (OEA), que identificou irregularidades no pleito.

A Procuradoria do Estado deveria analisar se Morales e as outras autoridades foram incluídas nesse caso ou se outra investigação foi aberta.

Na sequência de queixas de irregularidades nas eleições, Morales anunciou a renúncia em 10 de novembro, denunciando um golpe de Estado para derrubá-lo em meio a pressões de comandantes policiais e militares, entre outros.

Em novembro, o governo de transição da Bolívia aprovou uma lei que anulou as eleições de 2019 e lançou as bases para um novo processo eleitoral agendado para 3 de maio.