Demora na emissão de licenças para antenas ameaça instalação da rede 5G no Brasil

A demora de prefeituras para emitir licenças de instalação de antenas de telefonia celular pode comprometer a oferta no Brasil do 5G, a quinta geração da internet móvel, que promete facilitar a conexão entre máquinas e viabilizar, por exemplo, o uso dos carros autônomos.

A preocupação é compartilhada por empresas de telecomunicação, pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações e pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

O ministério informou que trabalha em um decreto para agilizar a liberação das antenas e impedir que a demora afete a implementação do 5G no Brasil .

A pasta considera o tema urgente: a Anatel prevê colocar a proposta de edital de leilão do 5G em consulta pública no começo do segundo semestre. O leilão está previsto para o primeiro trimestre de 2020.

Lei Descumprida

O Sinditelebrasil, sindicato que reúne as empresas de telecomunicações, afirma que a lei de 2015 que fixou em 60 dias o prazo máximo para a emissão das licenças de instalação não vem sendo respeitada. Em alguns casos, informou a entidade, a demora supera um ano.

Esse problema já vem contribuindo para a queda na qualidade do serviço de telefonia móvel no país.

Para se ter uma ideia, a cidade de São Paulo liberou 10 antenas no período de um ano, número insuficiente, segundo o Sinditelebrasil, para atender ao aumento da demanda.

O 5G vai permitir uma velocidade de conexão mais alta que no 4G, mas o maior diferencial será no tempo de resposta das ações, que vai possibilitar, por exemplo, as cirurgias à distância e o avanço de novas tecnologias relacionadas a veículos e à mobilidade.

Para que isso aconteça, porém, as antenas do 5G deverão ser instaladas muito mais próximas dos usuários. Além disso, o 5G vai exigir cinco vezes mais antenas do que o 4G. E é isso que preocupa as empresas de telecomunicação.

“Sem uma mudança radical no ritmo do licenciamento, não vai ter o 5G”, diz o diretor do Sinditelebrasil Ricardo Dieckmann.

Fonte: G1