Subprocurador quer que conselho do MP apreenda livro de Janot

subprocurador Moacir Guimarães pediu, na tarde desta segunda-feira (30/09/2019), a apreensão do livro Nada Menos que Tudo (editora Planeta), de autoria de Rodrigo Janot. No exemplar, o ex-chefe do Ministério Público Federal conta bastidores do período em que esteve à frente da Procuradoria-Geral da República (PGR).

A sanção requerida por Guimarães ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) à obra de Janot baseia-se na declaração do ex-PGR, dada na última quinta-feira (26/09/2019), sobre a intenção de matar o ministro Gilmar Mendes, tendo, inclusive, entrado no Supremo Tribunal Federal (STF) armado. “Está suscitando comentários na sociedade e nas instituições, razão pela qual o suplicante considera nociva a divulgação do livro sem que sejam excluídos dele os capítulos relativos ao fato confessado pelo autor”, salienta o subprocurador.

Na última sexta-feira (28/09/2019), o Metrópoles divulgou com exclusividade outro requerimento de Moacir Guimarães ao CNMP sobre o caso. No documento, o membro do Ministério Público pedia a abertura de investigação com vista à cassação da aposentadoria de Rodrigo Janot. O subprocurador defende que, mesmo o fato tendo ocorrido em 2017 e não ter sido consumado, a responsabilidade do ex-PGR continua a existir. Para Guimarães, a confissão posterior de Janot sobre ter ido armado à sessão do STF já é motivo de instauração de procedimento.

“Será que o ex-procurador-geral pode ir armado para o Supremo Tribunal Federal e, ainda mais, com a intenção de dar um tiro na cabeça de um ministro? Isso aí não fere o decoro?”, questiona Moacir. “A cassação da aposentadoria pode se impor decorrente da apuração de fatos por este órgão externo ao MPF, razão pela qual o suplicante requer a juntada aos autos da matéria”, destaca Guimarães na petição.

Fonte: Metrópoles