PF faz buscas e mira navio grego suspeito de vazar óleo no Nordeste

A Polícia Federal cumpre, nesta sexta-feira (1º), mandados de busca e apreensão em sedes de representantes e contatos de uma empresa grega suspeita de ser a responsável pelo derramamento de óleo que atingiu o litoral nordestino. Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal do Rio Grande do Norte e são cumpridos no Rio de Janeiro.

De acordo com a Marinha, a inteligência da PF concluiu que “não há indicação de outro navio (…) que poderia ter vazado ou despejado óleo, proveniente da Venezuela”.

As investigações mostram que:

  • Em 15 de julho, o navio-tanque grego atracou no Puerto José (Venezuela) e foi carregado com petróleo durante três dias
  • Em 29 de julho, imagens de satélite detectaram derramamento de óleo a 733,2 km a leste do estado da Paraíba
  • O sistema de rastreamento da embarcação estava ligado e confirma a passagem pelo ponto de origem do óleo
  • O navio fez uma parada na África do Sul (a data não foi informada)
  • O destino final era Singapura, no Sudeste Asiático

O Ministério Público Federal explica que o inquérito policial usou imagens de satélite de forma retrospectiva para chegar ao ponto de origem do petróleo que atinge, desde 30 de agosto, as praias do Nordeste.

O relatório de detecção de manchas de óleo, feito por uma empresa privada especializada em geointeligência, indicou a mancha original no dia 29 de julho e fragmentos se movendo em direção à costa brasileira.

“Há fortes indícios de que a (empresa), o comandante e a tripulação do Navio deixaram de comunicar às autoridades competentes acerca do derramamento de petróleo cru no Oceano Atlântico”, dizem os procuradores da República Cibele Benevides e Victor Mariz.

Para eles, “a medida de busca e apreensão mostra-se necessária e de urgência”, para a coleta de documentos que auxiliem no esclarecimento dos fatos.

De acordo com a Marinha, o navio suspeito já chegou a ficar detido nos Estados Unidos por quatro dias, devido a “incorreções de procedimentos operacionais no sistema de separação de água e óleo para descarga no mar”. No entanto, a Marinha não informou quando isso ocorreu.

Fonte: G1