Polícia encontra marcas de sangue em casa de família piauense morta no ABC Paulista

Exames feitos pela polícia indicaram a presença de sangue na casa da família encontrada morta e carbonizada dentro de um veículo no ABC Paulista, na última terça-feira (28).

Segundo a investigação, o reagente químico Luminol apontou a existência de manchas de sangue humano nas escadas, roupas e máquina de lavar da residência. A família morava em um condomínio fechado em Santo André.

Os corpos do casal Romuyuki e Flaviana Gonçalves, e do filho Juan Victor, de 15 anos, foram achados queimados na Estrada do Montanhão, em São Bernardo do Campo.

A filha do casal, Ana Flávia, de 25 anos, e a namorada dela, Carina Ramos, de 31, estão presas temporariamente por 30 dias por suspeita de participação no assassinato da família.

Segundo a Polícia Civil, elas são suspeitas porque entraram em contradição nos depoimentos que deram e, além disso, câmeras de segurança mostram a entrada de saída dos carros de Ana Flávia e dos pais dela do condomínio em Santo André.

Os vídeos também gravaram Carina no local. Ela entra a pé no residencial com o rosto escondido pelo capuz da blusa que vestia.

Os investigadores informaram que as namoradas passaram mais de seis horas no condomínio onde os pais e o irmão moravam, em Santo André.

Ainda de acordo com a polícia, as duas elaboraram o plano para matar a mãe, o pai de Ana Flávia e o irmão dela, e teriam contado com a ajuda de pelo menos mais três homens. Dois deles foram identificados. Seus nomes e imagens não foram divulgados.

A investigação procura a arma usada para matar as três vítimas.

A motivação do crime ainda não foi esclarecida pela polícia. Em depoimentos de familiares foi informado que houve uma briga familiar por causa da transferência de um carro, que teria gerado uma discussão acalorada da família dias antes das três mortes.

Ana Flávia e Carina negam o crime, segundo a defesa delas. “Elas afirmam que são inocentes e não tiveram qualquer participação no crime”, falou o advogado Lucas Domingos, que defende Ana Flávia e Carina. “A gente está colocando mais advogados aí para estar acompanhando o caso, e formar esse corpo de defesa para cuidar do caso delas”.

Apesar disso, outros parentes da família Gonçalves protestaram na delegacia que investiga o caso. Eles pediram ‘justiça’.

As duas foram interrogadas por quatro horas. Elas haviam chegado algemadas. Segundo a polícia, elas ficaram caladas na maior parte do tempo, mas depois mudaram alguns pontos das declarações anteriores. E voltaram a alegar inocência.

Segundo a polícia, Ana Flávia e Carina sustentam que o casal morto devia a um agiota.

A pedido da polícia, a investigação do caso é feita sobre segredo de Justiça. Na sexta-feira (31) policiais disseram que as duas suspeitas tinham sido indiciadas pelo triplo homicídio da família Gonçalves, mas neste sábado (1°) voltaram atrás e informaram que elas ainda não foram responsabilizadas criminalmente pelos assassinatos.

Uma testemunha contou à polícia que viu um homem desconhecido na casa e também que o carro da família, Jeep Compass azul, foi manobrado de marcha à ré na garagem. Segundo ela, o veículo foi carregado com algo pesado.

Os investigadores encontraram a casa revirada e disseram que, quem matou também levou embora eletrodomésticos, joias e dinheiro _R$ 8 mil em moeda nacional e estrangeira. Também foi levada uma arma antiga quebrada, que pertenceu ao avô da suspeita, Ana Flávia.

Fonte: G1