Comitê Olímpico do Brasil defende adiamento das Olimpíadas de Tóquio para 2021

O Comitê Olímpico do Brasil (COB) informou, por meio de um comunicado publicado em seu site, que defende o adiamento por um ano dos Jogos Olímpicos de Tóquio por causa da pandemia do coronavírus. O evento está marcado para começar em 24 de julho e terminar em 9 de agosto de 2020. O COB sugere que as Olimpíadas sejam realizadas no mesmo período de 2021.

A posição do COB contrasta com as do Comitê Olímpico Internacional (COI) e do governo japonês. Ao jornal “The New York Times”, o presidente do COI, Thomas Bach, reforçou a intenção da entidade de realizar os Jogos de Tóquio na data inicialmente prevista. No início desta semana, o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, declarou em entrevista coletiva que não pensa em adiamento.

Antes do COB, o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) já havia defendido o adiamento tanto da Olimpíada quanto da Paralimpíada de Tóquio para 2021. O COB e o CPB fecharam seus centros de treinamento nesta semana. A natação americana seguiu o mesmo caminho, mas o Comitê Olímpico dos Estados Unidos disse ainda ser cedo para falar em adiamento.

Na nota publicada em seu site, o COB argumenta que defende o adiamento dos Jogos por causa do agravamento da pandemia do Covid-19 e da “consequente dificuldade dos atletas de manterem seu melhor nível competitivo”, já que houve “paralisação de treinos e competições em escala global”.

Confira a nota completa do COB:

“O Comitê Olímpico do Brasil defende a transferência dos Jogos Olímpicos de Tóquio para 2021, em período equivalente ao originalmente marcado, entre o fim de julho e a primeira quinzena de agosto.

A posição do COB se dá por conta do notório agravamento da pandemia do COVID-19, que já infectou 250 mil pessoas em todo o mundo, e pela consequente dificuldade dos atletas de manterem seu melhor nível competitivo pela necessidade de paralisação dos treinos e competições em escala global.

‘Como judoca e ex-técnico da modalidade, aprendi que o sonho de todo atleta é disputar os Jogos Olímpicos em suas melhores condições. Está claro que, neste momento, manter os Jogos para este ano impedirá que este sonho seja realizado em sua plenitude’, afirma o presidente do COB, Paulo Wanderley, que comandou a seleção brasileira em Barcelona 1992.

O COB ressalta que a sugestão de adiamento em nada altera a confiança da entidade no Comitê Olímpico Internacional (COI) de que a melhor solução para o Olimpismo será tomada.

‘O COI já passou por problemas imensos anteriormente, como nos episódios que culminaram no cancelamento dos Jogos de 1916, 1940 e 1944, por conta das Guerras Mundiais, e nos boicotes de Moscou 1980 e Los Angeles 1984. A entidade soube ultrapassar estes obstáculos, e vemos a Chama Olímpica mais forte do que nunca. Tenho certeza de que o Thomas Bach, atleta medalha de ouro em Montreal 1976, está plenamente preparado para nos liderar neste momento de dificuldade’, completa Paulo Wanderley.

Desde o início da pandemia, o COB tem priorizado a saúde e o bem-estar dos atletas brasileiros e colaboradores do Comitê. Ha uma semana, a entidade cancelou eventos públicos e preparatórios para os Jogos e determinou na terça-feira o fechamento total do CT Time Brasil”.