Hospital instala contêiner frigorífico para necrotério provisório após óbitos da Covid-19 no AM

Após o Governo do Amazonas citar “explosão de casos” de coronavirus e risco de colapso na rede de saúde, o Hospital Delphina Aziz – referência em atendimento nos casos da Covid-19 – recebeu a instalação de um contêiners frigoríficos que deve ser utilizados no manuseio de corpos de mortos por coronavírus no estado. O Amazonas tem 260 casos registrados e 12 mortes.

Na manhã deste sábado (4), a Secretaria de Estado de Saúde (Susam) confirmou a chegada dos contêineres frigoríficos na unidade hospitalar. Em nota, o governo afirma que segue todos os padrões de segurança já definidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para manuseio de corpos de pessoas que faleceram por Covid-19.

“Os corpos devem ser acondicionados em compartimento refrigerado, mas por segurança biológica e limitação de espaço, ficou definido que não ficarão no necrotério comum. Por isso, desde o início dessa semana a secretaria providenciou, junto com o Hospital Delphina Aziz, a instalação de containers frigoríficos naquela unidade”, diz parte da nota da Susam.

Um dos contêiners foi adquirido pelo hospital e instalado no meio da semana. O segundo container foi doado por um empresário local e também será disponibilizado no hospital.

Nesta sexta-feira (3), durante coletiva de imprensa, o ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que Manaus entrou no radar do Ministério como local que pode atingir um alto indice de casos confirmados de coronavirus no Brasil.

“Manaus entra em nosso radar como um ponto que pode ter ascendências rápidas de curva”, disse. Ele ainda anunciou o envio de 15 respiradores para o sistema de saúde do Amazonas para uso em pacientes com Covid-19.

No Amazonas, autoridades alertam para uma “explosão de casos da doença nos próximos dias e um colapso iminente no sistema de saúde até o final de abril.

“Nosso sistema de saúde é limitado. Não temos leitos de UTI para enfrentar uma pandemia. Não estamos tratando de uma epidemia local. É uma pandemia. Temos uma limitação para atender os casos graves. O Amazonas tem tomado todas as providências para aquisição de novos leitos de UTI e respiradores – talvez um dos itens mais requisitados do mundo”, afirmou em coletiva de imprensa nesta sexta-feira o secretário de saúde, Rodrigo Tobias.