Deputado federal Sebastião Oliveira é alvo de operação da PF sobre desvio em obras na BR-101

O deputado federal Sebastião Oliveira (PL-PE) foi alvo de mandados de busca e apreensão nesta sexta-feira (8) na segunda fase da Operação Outline, que investiga desvios de recursos em obras de requalificação da BR-101, no Grande Recife.

parlamentar foi um dos responsáveis pela indicação do novo diretor-geral do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), Fernando Marcondes de Araujo Leão. O nome foi indicado pelo Centrão, grupo da Câmara que reúne parlamentares de legendas de centro e centro-direita.

Segundo a colunista Andréia Sadi, a negociação de cargos com o grupo é parte da tentativa do governo de obter apoio no Congresso no caso de um eventual processo de impeachment. A nomeação de Leão pelo Palácio do Planalto foi publicada no “Diário Oficial da União” desta quarta-feira.

Nesta sexta (8), foram cumpridos mandados de busca em endereços de Sebastião Oliveira no Recife e em Brasília. Oliveira era secretário de Transportes de Pernambuco na época investigada pela Polícia Federal. O Departamento de Estradas e Rodagens (DER), responsável pela obra, era submetido a essa secretaria.

O contrato para execução dos serviços, iniciados em setembro de 2017, foi de cerca de R$ 190 milhões. Os investigadores apontaram que a análise do material coletado na primeira fase apontou evidências de desvios que chegam a, aproximadamente, R$ 4,2 milhões.

A PF afirmou, em nota, que há evidências de que a Secretaria de Transporte do estado, atualmente extinta, foi condescendente com as práticas criminosas, “podendo ter havido recebimento de vantagens por pessoa ligada à pasta”.

“Todo o conjunto probatório converge para a prática de crimes como peculato, corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro”, disse a nota.

A maior parte dos recursos para a obra veio de repasses do governo federal para o estado, sob a gestão do DER, segundo a PF. Relatórios de auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Estado (TCE) recebidos pelos investigadores apontaram que a obra vinha sendo executada com material, especialmente asfalto, de baixa qualidade e pouca durabilidade.

Os materiais e presos foram encaminhados para Delegacia de Repressão à Corrupção e Crimes Financeiros da PF em Pernambuco, no Recife.

Fonte: G1