São Paulo tem atos a favor e contra Bolsonaro neste domingo

Manifestantes se reúnem para novos protestos contra e a favor do governo Jair Bolsonaro (sem partido) em São Paulo. Pela manhã, um pequeno grupo de intervencionistas que apoiam o presidente Bolsonaro se reuniu na Avenida Paulista, nas proximidades da Fiesp. Bolsonaro pediu a apoiadores que não fossem ao ato convocado por críticos ao governo durante live em suas redes sociais. Na transmissão, o presidente chamou os manifestantes críticos de “terroristas”, “viciados”, “bando de marginais” e “marginais de preto”.

O Largo da Batata, em Pinheiros, é o ponto de encontro da manifestação em oposição ao governo federal. O protesto é organizado pela Frente Povo Sem Medo, da qual Guilherme Boulos (PSOL) faz parte, e conta com a participação das torcidas organizadas, como o movimento Somos Democracia, formado por torcedores do Corinthians. Há muitas pessoas com faixas e bandeiras no local, mas o ato ainda não começou.

Ainda pela manhã, médicos protestaram contra “desmonte na Saúde e escalada autoritária”, na Avenida Doutor Arnaldo, em frente à Faculdade de Medicina da USP.

Mochilas revistadas

Mais de 4.000 policiais que estarão nas ruas foram orientados a revistar mochilas e, caso haja objetos que apontem risco para pessoas ou patrimônios públicos, devem ser apreendidos e os abordados, qualificados. Na Avenida Paulista, quem saía com bolsa do metrô era revistado pela polícia.

Duas pessoas foram detidas pela manhã, com porrete e produto químico não especificado. Estão sendo utilizados três helicópteros, seis drones, 150 viaturas, quatro veículos “guardiões” e um veículo lançador de água. Outras unidades da PM permanecerão de prontidão e, se necessário, serão deslocadas para prestar apoio às equipes, de acordo com a pasta. Segundo a PM, o efetivo está dividido igualmente entre Largo da Batata e Avenida Paulista, e há também agentes em outros locais estratégicos, como estações e terminais.

“Mas vamos supor que um movimento seja muito mais do que o outro, e que haja necessidade de um efetivo maior da PM… Nós temos a habilidade de nos mobilizar rapidamente”, explicou o tenente-coronel Emerson Massera, em entrevista à CNN.

Em meio à quarentena por conta da pandemia de covid-19, que matou mais de 35 mil pessoas no Brasil, a recomendação do governo de São Paulo e da OMS (Organização Mundial da Saúde) é manter isolamento social para achatar os números de infectados pela covid-19. Porém, os grupos não desistiram de se manifestar. Segundo a SSP, os organizadores dos atos, em diálogo com o MP (Ministério Público), comunicaram a mudança de local para que os eventos ocorram separadamente. “Os grupos contrários ao governo Bolsonaro se reunirão na região do Largo da Batata e os favoráveis na avenida Paulista”, afirmou a pasta. Atos contra e a favor do presidente Bolsonaro estavam previstos para ocorrer na Paulista, a exemplo do domingo passado, mas o juiz Rodrigo Galvão Medina proibiu que grupos manifestamente antagônicos realizassem protestos no mesmo horário e local.

Fonte: Luís Adorno, do UOL, em São Paulo