Macapá decreta calamidade pública devido a apagão

A falta de energia elétrica está provocando estragos na vida da população. Sem água em casa para lavar roupa, louça e tomar banho, é preciso enfrentar fila para conseguir um garrafão. “Nunca imaginei uma situação em pleno 2020, nunca”, diz um morador. “Em mais de cinco lugares não tem energia, não tem água. Isso é uma vergonha”, afirma outro homem.

Fila também atrás de gelo para conservar os alimentos em casa e evitar que estraguem, e nos postos de combustível. “Eu vim obrigado, porque senão não consigo sair de casa”, diz um morador. 

As agências bancárias não abriram. E onde ainda tem caixa eletrônico funcionando, mais fila. “Queremos fazer um saque e não podemos. Temos que enfrentar uma monstra fila como vocês estão vendo”, conta um senhor.

Muita gente foi ao aeroporto para carregar a bateria do celular. 

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, foi ao Amapá e visitou a subestação de energia que pegou fogo na terça-feira (3) à noite, depois que foi atingida por um raio. Ela é uma das ligações com o sistema nacional e atende quase 90% da população do estado.

O ministro disse que a solução mais rápida é recuperar um dos três transformadores que incendiaram. Isso iria garantir restabelecer de 60 a 70% da capacidade de carga de energia para o estado.

“Temos expectativa de que isso possa ocorrer ainda no dia de hoje e, se não for no dia de hoje, vamos continuar trabalhando para que isso possa ocorrer amanhã ou depois de amanhã”, afirmou o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.

Um segundo transformador para restabelecer a energia em 100% seria remanejado do sul do Amapá, um trabalho de 15 dias. O terceiro transformador, que funciona como reserva, viria de fora do estado e levaria mais tempo.

“Estamos também desencadeando outras ações para que, em um prazo de até 30 dias, todos os transformadores necessários para dar total segurança energética ao estado estejam totalmente restabelecidos”, disse Bento Albuquerque.

Entenda

{“origin”:”gallery”,”uid”:”5D397F00-E762-4270-A9B2-20031679A7E1_1604661338244″,”source”:”other”}

Desde terça-feira (3), Macapá e outras 13 cidades do Amapá estão sem energia depois que um incêndio atingiu a principal subestação responsável por receber eletricidade de outras regiões do país. O Ministério de Minas e Energia investiga o ocorrido, mas informou na quinta-feira (5) que a manutenção pode demorar ao menos 15 dias. São cerca de 750 mil pessoas vivendo no escuro. O apagão fez com que o prefeito da cidade, Clécio Luís, decretasse estado de calamidade pública por 30 dias e permitisse o funcionamento 24 horas de postos de combustíveis — que estavam abertos em horários reduzidos por causa da pandemia.

A falta de água encanada nas casas obrigou moradores a tomarem banho nas praias dos rios. Hospitais estão na dependência de geradores. Há registros de corridas e filas imensas em portas de supermercados para comprar insumos básicos, como água. A comunicação também é limitada. Além da crise enérgica, o aumento de casos de Covid-19 preocupa as autoridades e, por isso, as datas das eleições municipais no Estado podem ser remarcadas. O ex-governador e candidato à Prefeitura de Macapá João Capiberibe e o senador Randolfe Rodrigues pediram ao Tribunal Regional Eleitoral o adiamento do primeiro turno, previsto para o próximo dia 15.

Fonte: Jornal Nacional e Jovem Pan