Crivella xinga Doria e depois pede desculpas

O prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos), e candidato à reeleição, xingou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), de “vagabundo” e “veado” durante uma reunião do partido, na noite de quarta-feira (18), com filiados que disputaram a eleição para vereador. 

O encontro aconteceu na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Alguns dos presentes na reunião estavam aglomerados e sem máscara.

Em um vídeo publicado em rede social, o atual prefeito da cidade diz: “Sabe de quem é essa OS [organização social]? Essa é de São Paulo, é do Doria, veado, vagabundo”. A gravação foi divulgada em uma conta pertencente a Sandro Avelar, presidente da escola de samba Império Serrano e apoiador do candidato Eduardo Paes (DEM), que disputa o segundo turno com Crivella. 

O prefeito se referia às organizações sociais do Rio que atuam na área da Saúde, dizendo que o dinheiro recebido para pagar funcionários foi usado para quitar compromissos com os fornecedores. Algumas OSs que atuam no Rio têm sede em São Paulo. 

Em nota, o candidato à reeleição pediu desculpas ao governador. 

“A fala foi um momento de revolta pela OS reter o salário de médicos e enfermeiros mesmo tendo recebido da prefeitura. Em tempos de pandemia isso pode custar vidas. Marcelo Crivella pede desculpas pelos excessos, e ao governador João Doria”, diz a nota.

Pelo Twitter, o governador de São Paulo comentou a fala de Crivella.

“Lamento que o prefeito do Rio de Janeiro, um pastor que deveria ser um exemplo, faça ataques, use palavrões e o preconceito para se referir a um governador. O prefeito Crivella se apequena e lamentavelmente encerra seu ciclo de forma melancólica.”

O que são OSs? 

As Organizações Sociais de Saúde (OSs) são instituições do setor privado, sem fins lucrativos, que atuam em parceria com o estado ou município e colaboram de forma complementar para a consolidação do Sistema Único de Saúde.

Normalmente, os contratos são firmados por meio de licitação. Mas há também os contratos emergenciais, sem licitação, como os assinados durante a pandemia. 

A gestão é feita pelo contratante, no caso, a prefeitura ou o governo do estado. 

Falta de pagamento

Na quarta-feira (18), funcionários do Hospital Municipal Evandro Freire, na Ilha do Governador, reclamaram que não receberam nem 30% do salário este mês. 

A unidade é administrada pela OS Cejam, que tem sede em São Paulo. 

Vários contratos firmados com organizações sociais durante a pandemia de Covid-19 são investigados e motivaram operações policiais no Rio. 

Uma delas – Operação Tris in Idem – levou ao afastamento de Wilson Witzele à prisão de vários envolvidos, entre eles, o ex-secretário de Saúde Edmar Santos.

Santos virou réu em ação sobre fraude na compra de respiradores de Covid e é apontado como um dos chefes da quadrilha que atuava dentro da Secretaria de Estado de Saúde.

Assista ao vídeo:

Fonte: G1