Saúde recomenda que estados reservem segunda dose da Coronavac

O Ministério da Saúde recomendou, por meio de nota técnica publicada nesta quarta-feira (24/2), que estados e municípios reservem a segunda dose das vacinas Coronavac, do Instituto Butantan, que chegaram ao país durante a manhã.

O Brasil recebeu 1,2 milhão de doses do imunizante e outros 2 milhões de unidades da vacina de Oxford/AstraZeneca. O quantitativo do fármaco do Butantan deve ser utilizado com atenção pelos estados e municípios, pois equivale às duas doses da vacina, alertou a Saúde.

De acordo com o ministério, o intervalo de 2 a 4 semanas entre a aplicação das duas doses deve ser respeitado, e gestores da saúde devem considerar, ao vacinar a população, que “ainda não há um fluxo de produção regular da vacina” no Brasil, buscando “evitar prejuízos”.

“Considerando que ainda não há um fluxo de produção regular da vacina, orienta-se que a D2 [dose 2] seja reservada para garantir que o esquema vacinal seja completado dentro desse período, evitando prejuízo nas ações de vacinação”, ressaltou a pasta.

Sobre a vacina de Oxford/AstraZeneca, o Ministério afirmou que o quantitativo recebido corresponde apenas à entrega da primeira dose. De acordo com a pasta, as unidades referentes à segunda aplicação serão entregues no futuro, respeitando o intervalo de oito a 12 semanas entre as duas doses.

“Ressalta-se que o quantitativo correspondente a D2 da Vacina AstraZeneca/Fiocruz será distribuída às UFs em prazo oportuno afim de completar o esquema vacinal. É importante destacar que o intervalo entre as D1 e D2 de oito a doze semanas está preservado e deverá ser observado, conforme consta no PNO e bula da vacina”, destacou a Saúde.

Mudança

A decisão de se reservar unidades para a segunda dose contradiz uma informação fornecida por dirigentes da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), na última sexta-feira (19/2). Naquele dia, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, se reuniu com os integrantes do grupo para falar de mudanças no cronograma da imunização.

De acordo com o presidente da FNP, Jonas Donizette, Pazuello garantiu que o ministério aplicará, inicialmente, apenas uma dose do imunizante a cada brasileiro, com a remessa de 4,7 milhões de vacinas que deve chegar ao país entre os dias 24 e 28 de fevereiro.

Do total, 2 milhões são de doses da fórmula de Oxford/AstraZeneca/Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Os outros 2,7 milhões são do imunizante Coronavac.

O ministro teria informado que a segunda dose será aplicada com a vacina produzida no Brasil, que deve ser fabricada a partir do mês de março. Nesta quarta, porém, o Ministério da Saúde manteve a decisão de recomendar a manutenção de unidades para a segunda dose.

Distribuição de doses

De acordo com a pasta, todos os estados e o Distrito Federal começaram a receber 2 milhões de doses da vacina da AstraZeneca/Oxford e 1,2 milhão de doses do imunizante Coronavac, do Instituto Butantan.

Devido à situação das redes de saúde da Região Norte do país, os estados dessa área receberão 5% do total de doses de vacinas disponíveis, por meio de um Fundo Estratégico, para diminuir o aumento de óbitos no local.

Desse recorte, a maior parte será entregue ao Amazonas (70%). Além disso, 20% serão enviados ao Pará e os outros 10% ficarão com o Acre.

De acordo com o documento, a distribuição de doses será feita da seguinte maneira:

  • Região Norte: 93,2 mil doses do Instituto Butantan; 163,5 mil doses de Oxford/AstraZeneca;
  • Região Nordeste: 287 mil doses do Instituto Butantan; 482,5 mil doses de Oxford/AstraZeneca;
  • Região Sudeste: 557,8 mil doses do Instituto Butantan; 934,5 mil doses de Oxford/AstraZeneca;
  • Região Sul: 197,8 mil doses do Instituto Butantan; 297 mil doses de Oxford/AstraZeneca
  • Região Centro-oeste: 64,8 mil doses do Instituto Butantan; 122,5 mil doses de Oxford/AstraZeneca


Fonte: Metrópoles