Vídeo: PM imobiliza e derruba aluno em escola militar

Ação de policiais militares derrubando e imobilizando alunos no Centro Educacional 07 de Ceilândia, após uma briga entre estudantes nesta sexta-feira (26/04/2019), reacendeu o debate sobre as gestão compartilhada na rede pública do DF. O caso foi registrado na Delegacia da Criança e do Adolescente de Ceilândia (DCA 2) e está sendo acompanhado pelo Conselho Tutelar.

Vídeos feitos pelos estudantes circulam nas redes sociais. As imagens mostram um aluno sendo derrubado e imobilizado por um policial militar. O jovem está no chão e o PM permanece sobre ele. Também é possível ver um segundo estudante sendo controlado por outros agentes de segurança.

A ação é filmada por alunos, que questionam a truculência dos policiais. A direção da escola, a Secretaria de Educação e a Polícia Militar afirmam que os PMs agiram para conter a briga para evitar uma confusão generalizada.

Segundo a direção da escola, 1,2 mil alunos participavam de uma atividade coletiva, no início da aula, quando é cantado o Hino Nacional e hasteada a bandeira. Ainda de acordo com a versão do colégio, três alunos teriam começado uma briga.

Assista ao vídeo:

Por nota, o Comando da PM justificou a ação. Segundo a corporação, a confusão teve inicio quando um dos estudantes envolvidos pediu aos colegas que colaborassem com a disciplina em um evento no colégio. Os outros dois alunos teriam partido para violência contra o adolescente.

“Imediatamente, o monitor identificou a confusão e na tentativa de apartar e afastar os agressores, deitou por cima do adolescente agredido, que se encontrava no chão a fim de protegê-lo. Entretanto, os outros dois alunos continuaram as agressões, inclusive contra o policial militar. Em seguida, os monitores intervieram na briga e foi necessário imobilizar os agressores”, justificou a PM.

A Secretaria de Educação declarou que a ação policial “evitou” que os alunos envolvidos se machucassem. De acordo com o boletim de ocorrência registrado na DCA 2, os adolescentes foram autuados pelo ato de infração análogo como o crime de lesão corporal. Como um deles tem 18 anos, foi encaminhado para a 15ª Delegacia de Polícia (Ceilândia).

O diretor do Sindicato dos Professores do DF (Sinpro), Samuel Fernandes, condenou de forma contundente a atuação da PM. Para o sindicalista, o episódio poderia ter sido evitado sem violência se escola tivesse um quadro correto de orientadores pedagógicos.

A Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa também está atuando no caso. Em nota assinada pelo titular do colegiado, deputado Fábio Félix (PSol), “a CDH repudia a atitude e informa que adotará todas as medidas institucionais cabíveis, inclusive acionando o Ministério Público para que se manifeste acerca dessa arbitrariedade e grave violação de direitos”.

O parlamentar afirmou que “a atitude dos policiais e a desproporcionalidade da força aplicada mostram o despreparo das pessoas envolvidas no projeto de militarização do GDF. São cenas deploráveis e inaceitáveis e que atestam a nossa posição de falta de qualquer planejamento e inaptidão dos profissionais que deveriam proteger os estudantes”.

Quatro escolas
No DF, quatro escolas têm gestão compartilhada com a Polícia Militar: os centros educacionais 03, de Sobradinho; 308, do Recanto das Emas, 01; da Estrutural; além do 07, de Ceilândia.

O governador Ibaneis Rocha (MDB) afirmou que o programa será continuamente ampliado: até julho de 2019 serão 20 escolas da PM, número que vai dobrar até o final do ano. Ele prevê que até o final do mandato o DF terá 200 escolas militares.

Fonte: Metrópoles