Seis milhões de beneficiários perderão auxílio emergencial em nova fase de pagamento

A segunda fase de pagamento do auxílio emergencial de R$ 300, que se inicia hoje para os beneficiários do Bolsa Família e vai até dezembro, vai deixar de fora um universo de 6 milhões de pessoas, segundo estimativas do Ministério da Cidadania. O corte se deve à fixação de critérios mais rígidos na medida provisória, editada no início de setembro, que prorrogou o benefício. O objetivo é evitar fraudes, de acordo com recomendações do Tribunal de Contas da União (TCU). 

As medidas de controle foram reforçadas em um decreto editado ontem. Ficarão de fora trabalhadores que conseguiram emprego com carteira assinada, por exemplo, e pessoas que tenham patrimônio e renda incompatível com o corte adotado para a concessão do benefício. A Receita Federal vai reforçar o cruzamento de dados, com as informações dos declarantes do imposto de renda para aferir o rendimento total da família.

Com os critérios mais rígidos na nova fase do pagamento, nem todas as pessoas que já receberam as parcelas ganharão o auxílio residual. Além disso, o pagamento se encerrá em 30 de dezembro. Ou seja, quem não conseguiu passar na análises a tempo poderá ficar sem ganhar o benefício. O governo estima uma economia de R$ 22,8 bilhões até dezembro. Até agora, já foram desembolsados R$ 212,7 bilhões para 67,2 milhões de beneficiários. O gasto total está projetado em R$ 322 bilhões.

O Ministério da Cidadania informou que as medidas mais restritivas têm o objetivo de direcionar o programa a quem realmente precisa. Nas auditorias, o TCU identificou pagamento indevidos a militares, servidores públicos e pessoas de classe média. O calendário de pagamento das parcelas de R$ 300 para os demais trabalhadores, sem ser beneficiários do Bolsa Família, ainda será divulgado e deverá começar ainda em setembro, com crédito em conta digital.

Fonte: Extra