A comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi), visitou na manhã desta segunda-feira (27), o Hospital Regional Tibério Nunes em Floriano. E a situação encontrada na unidade hospitalar preocupou os parlamentares.

Logo na chegada, os deputados se depararam com pessoas aglomeradas nos corredores em cadeiras e macas sem colchonete, muitos deles, internados a pelo menos cinco dias. O fato gerou revolta na presidente da comissão, deputada Teresa Britto (PV), que questionou a administração do hospital.

“Estou me sentindo mal com toda essa situação. Nós temos que nos colocar no lugar dos pacientes. Não há condições de um paciente internado a espera de uma cirurgia ficar numa maca sem colchonete. Sabemos que há a questão da espera, mas a unidade hospitalar não ter um colchonete, um lençol para oferecer, é desumano, não há justificativa. O que falta aqui é gestão”, disse Teresa Britto.

A deputada Lucy Silveira (PP), também se pronunciou sobre a visita.

“O que está faltando na verdade é um olhar mais humanitário. O diretor do hospital disse que está se sentindo mal com a situação, mas quem está sentindo isso somos nós. Viemos aqui para falar com a imprensa, com a população e com os profissionais de saúde para saber o que realmente acontece no hospital. Em uma entrevista, o senhor Edmar afirmou que aqui seria uma referência, o HUT dos outros municípios. Mas o que nós vimos foi um matadouro, infelizmente”, afirmou Lucy.

Gustavo Neiva (PSB), destacou a questão do atraso salarial dos funcionários e também os problemas de ordem estrutural. “Em conversa com os profissionais nos foi relatado que os salários estão atrasados, vimos a falta de humanização no atendimento, pacientes mal acomodados, falta de medicamentos, falta de material cirúrgico um verdadeiro caos”, relatou o deputado.

O que diz os gestores do hospital

No momento da vistoria, o deputado Francisco Costa (PT), que foi secretário de Saúde e responsável pela nomeação dos técnicos do governo na área, também esteve presente, mas não se pronunciou sobre o fato.

Edmar Figueiredo, diretor do Hospital, tentou se justificar afirmando que a situação é resultado de uma superlotação pela qual vem passando unidade de saúde. “Nós estamos atendendo pacientes de todo o Piauí e não temos espaço para isso. Nossa equipe trabalha da melhor forma possível e admito que venham criticar nossos profissionais”.

A presença dos parlamentares foi solicitada pelos servidores do centro de saúde. A comitiva também foi composta pelos vereadores de Floriano, Antonio José, Davi Oka e Fábio Braga, além do promotor Arimatéia Dourado, representante do Ministério Público Estadual.

De acordo com os parlamentares, após a visita será elaborado um relatório que será encaminhado ao Ministério Público para que seja cobrado as devidas providências ao Governo do Estado.