Rebelião na Major César pode ter sido provocada após presos serem proibidos de assistir TV e ouvir rádio

Os presos da Colônia Agrícola Major César, podem ter se rebelado após ter regalias como assistir TV e ouvir rádio cortadas. Segundo a Secretaria de Justiça (Sejus), a decisão faz parte de uma série de mudanças nos procedimentos de segurança implementados pela nova gerência da unidade.

Além disso, as visitas de cônjuges, familiares e amigos dos detentos, que anteriormente ocorriam aos finais de semana, passaram a ser realizadas às terças e quartas-feiras. Outra regra que endureceu foi em relação ao fardamento dos internos e a intensificação das vistorias para barrar entrada de drogas e armas.

Por esse motivo, o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí (Sinpoljuspi) acredita que os presos já haviam planejado a ação há pelo menos uma semana. Entretanto, a Secretaria de Justiça diz que não há indícios sobre algum plano por parte dos detentos e informou que abriu sindicância para apurar os verdadeiros motivos que levaram a rebelião. 

Entenda

Na tarde dessa terça-feira (02), os detentos realizaram um motim onde queimaram alojamento e viaturas, e também destruíram equipamentos da Central de monitoramento. Durante ação, cinco pessoas ficaram feridas, sendo três presos e dois agentes.

Segundo a Sejus, toda a ação teria sido inciada após um dos agentes ter disparado acidentalmente contra a própria perna. Levando os internos acreditarem que um dos detentos teria sido atingido.

O Sinpoljuspi, afirmou que cerca de 200 presos haviam fugido durante a rebelião. Entretanto, a informação foi negada pela Secretaria de Justiça, que contabilizou até o momento, 80 fugas. De acordo com o órgão, o número oficial será divulgado ainda nesta quarta-feira (03).

Superlotação

Após a rebelião, representantes do Tribunal de Justiça (TJ), Defensoria Pública e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) visitaram o local e constataram diversos problemas, o principal, em relação a superlotação.

De acordo com os órgãos, o estado precisa atuar com urgência e buscar alternativas para sanar o problema já, que há um número de presos muito acima da capacidade suportada pelo sistema prisional.