Após deputado dizer que caos foi superado, direção da Evangelina Rosa solicita nova interdição

Nessa sexta-feira (11), o Conselho Regional de Medicina do Piauí (CRM-PI), realizou uma fiscalização surpresa na Maternidade Dona Evangelina Rosa (MDER), e mais uma fez, voltaram a flagrar problemas que já custaram vidas.

Durante a inspeção, foi constatada uma superlotação em todos setores da instituição, entre eles enfermarias e no centro cirúrgico. Isso porque, a unidade voltou a receber pacientes de outros municípios incapazes de estruturar hospitais e maternidades, além de pacientes oriundas de maternidades do município de Teresina, que não conseguem realizar procedimentos simples e, muitas vezes, os partos cesarianos, por falta de ultrassom e de escala completa de médicos, como anestesistas.

A constatação contraria a fala do deputado estadual Francisco Costa (PT), que durante sessão plenária afirmou que a situação de caos na Maternidade Evangelina Rosa, já foi superada. Segundo o que disse o parlamentar, “não se pode deixar de reconhecer que o Governo Wellington Dias tem realizado um grande número de obras no setor de saúde, além de ter adotado medidas para melhorar as condições de funcionamento da MDER, como a implantação de centros de partos normais em cidades do interior, como Parnaíba, Floriano e Picos, e a ampliação do número de leitos naquela casa de saúde”.

De acordo com a presidente do CRM-PI, Drª Mírian Palha Dias Parente, além da superlotação, recém-nascidos e mães continuam nas dependências do centro cirúrgico por falta de vagas nas enfermarias, após cesarianas, provocando caos nos atendimentos e sobrecarga das equipes médicas. Além disso, a maternidade, que passa por reforma desde o ano passado, está com três enfermarias interditadas devido às obras terem sido paralisadas. A justificativa é que a estrutura física da unidade, que é muito antiga e inapropriada para suportar tamanha demanda, não é segura para receber as melhorias exigidas tanto pelo CRM-PI, quanto pelo Ministério Público Estadual.

Embora, não tenha sido constatada falta de medicamentos e insumos, como ocorreu em outras fiscalizações, no momento da vistoria não havia aparelhos de Sonar suficientes e alguns estavam quebrados e também falta de cardiotocografo, aparelho que registra a frequência cardíaca fetal.

Nesta sexta-feira (12), a direção da Maternidade Dona Evangelina Rosa tornou pública uma solicitação que pede ao Conselho Regional de Medicina uma nova interdição ética de pelo menos dois meses. O ofício foi encaminhado ao CRM e à Secretaria Estadual de Saúde na última quinta-feira (11).

No ofício assinado pelo diretor geral da maternidade, Francisco Macedo, o pedido de interdição é justificado pelo não funcionamento adequado dos núcleos de regulação estadual e municipal. “Diante do relaxamento que vem ocorrendo pelo não funcionamento adequado dos núcleos de regulação estadual e municipal, levando a superlotação e dificultando o seguimento das reformas referencias pelo CRM, prejudicando o atendimento do binômio mãe/bebê”, diz o ofício.