Travesti acusada de furto é amarrada, espancada e jogada em porta-malas de carro em Teresina

Uma travesti, não identificada, foi amarrada, jogada dentro porta-malas de um carro e espancada por populares, após ser acusada de furto na capital. O caso ocorreu nesta segunda-feira (19/07), no residencial Parque Brasil III, na zona Norte de Teresina.

Um vídeo, divulgado no Instagram da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), mostra a travesti amarrada pelos pés e sendo derrubada no chão. Guardas Municipais presenciaram a cena.

No vídeo, os homens ainda questionam a travesti sobre um botijão de gás, que teria sido furtado de um apartamento. Além disso, outros objetos como um relógio e um cordão, também teriam sido levados pela travesti.

“Que esses torturadores que aparecem no vídeo são denunciados, processados ​​e paguem pelo que fizeram. Tortura é crime! Não há justiça com as próprias mãos. Também é importante que a guarnição do GCM que atendeu a ocorrência seja responsabilizada pela transfobia por omissão na forma com que conduziu o caso no local, ao ver a moça amarrada e jogada no chão e não agiu para bloquear e encerrar ali o tratamento desumano a que fé submetida. Que sejam cassados ​​e demitidos! Já enviamos informações para órgãos responsáveis e estamos acompanhando o caso”, disse a Antra.

Veja a publicação:

A Guarda Municipal se posicionou através de nota. Leia:

A Guarda Civil Municipal de Teresina (GCM) esclarece que atendeu a uma ocorrência no residencial Parque Brasil III, zona Norte de Teresina, nesta segunda-feira (19). Ao chegar ao local, a equipe encontrou com uma travesti amarrada, suspeita de furtar apartamentos na região. Após ouvir os envolvidos, os membros da corporação que acompanhavam a ocorrência orientaram que o suposto agressor a desamarrasse.

Na sequência, a suspeita foi algemada e, juntamente, com o suposto agressor, foram conduzidos à Central de Flagrantes de Teresina para apuração do caso. Sobre um vídeo em que a travesti aparece sendo espancada no porta-malas de um carro, a GCM não presenciou o fato, uma vez que chegou ao local posteriormente.

Em hipótese alguma, a Guarda Civil Municipal de Teresina defende que seja feita Justiça com as próprias mãos. Por fim, o comando da GCM vai avaliar se houve falhas no procedimento.