Audiência pública debate a regulação dos leitos de hospitais no Piauí

A Assembleia Legislativa realizou hoje (22) uma audiência pública na Comissão de Educação, Cultura e Saúde, sob a presidência da deputada Teresa Britto (PV), para debater a regulação de leitos hospitalares na Central do SUS do Estado e do Município de Teresina. A audiencia foi proposta pelos deputados Teresa Britto e Francisco Costa (PT). 


A parlamentar disse que “a regulação tem o objetivo de definir estratégias e o controle da oferta de leitos nos hospitais públicos do Piauí”. Atualmente, segundo a deputada, existe uma grande demanda na transferência de pacientes para esses hospitais de Teresina, onde, na maioria das vezes existe demora de até 60 dias, dependendo do caso.

O deputado Francisco Costa (PT) disse que, hoje, a prestação de serviço nesses atendimentos de um leito da rede estadual ou municipal melhorou muito. Trata-se uma mediação para buscar a melhoria na qualidade do serviço de regulação, a exemplo do que é registro nos municípios de Picos, Parnaíba e Floriano.

História – A Central de Regulação de Leitos para Internações começou a funcionar dia 2 de junho de 2014. Na época, foi estruturado um núcleo Interno de Regulação para organizar o fluxo dos pacientes.

Presenças

Da audiência participaram o secretário de saúde, Florentino Neto, o superintende da Fundação Hospitalar, Pablo Santos; os deputados Francisco Limma e Franzé Silva (PT); diretores dos hospitais  e dirigentes dos setores de regulação de leitos do Estado e de Teresina, além de pacientes do sistema.

Presidente da comissão de Segurança Pública da Associação de Moradores da Santa Maria da Codipi, Reginaldo Ribeiro, que também é paciente renal, denunciou a a demora no atendimento de paciente.

“Geralmente o doente espera mais de um ano para fazer uma cirurgia, mas existem casos que só leva uma semana, como uma vítima de aneurisma cerebral que foi encaminhado ao Hospital Universitário, onde foi operado em 8 dias”, disse Reginaldo.

Silvânia Maria, moradora de José de Freitas, narrou as dificuldades que encontrou para operar o joelho do irmão, que havia sofrido uma queda de moto. Demorou mais de um ano e o que ela mais lamentou foi a falta de informação. “As pessoas humildes do interior e não sabem o que seja a tal fila de regulação, para saber até quando iria esperar numa maca dura”, disse Silvânia.

João Ribeiro, presidente do Conselho Estadual de Saude, admitiu que as demandas no setor de regulação são bastante freqüentes, mas destacou os avanços no atendimento em hospitais regionais, como em Picos, que na semana passada salvou uma mulher da zona rural que precisou fazer hemodiálese. “A intenção é facilitar os procedimentos de quem não sabe quando vai ser atendimento”, disse João Ribeiro. Ele também reconheceu a demora na comunicação do número de vagas que surgem.

Já Jocélia Ciríaco, da Associação dos Pacientes Renais do povoado Alegria, disse que a carência no atendimento acontece em todo o Estado. “Reconheço que houve um avanço no número de leitos, mas sabemos ainda não o suficiente para atender aos pacientes renais. Lamentou o que considera menosprezo de  alguns médicos, que dizem apenas: Isso é normal de paciente renal, em vez de procurar tratá-lo.

O deputado Franscico Limma abordou a freqüência dos problemas de internação nos hospitais e na divisão das atividades do mesmo programa – o SUS – entre Estado e Município e defendeu  a criação de um espaço pára dirimir as dúvidas entre o que é do Estado e do Município.


A coordenadora de regulação do SUS, Dra. Denise Sousa, disse da dificuldade de duplicação da regulação e prega a unificação do sistema. “O paciente não tem consciência dos seus direitos. “Precisamos fazer uma campanha de conscientização e de alerta”, disse Denise, que reconheceu, no entanto, os avanços no setor.

Quase todos os presentes se pronunciaram, como Luciane Formiga, gerente de regulação do Estado; Doutora Vitória, coordenadora de regulação de Teresina; Willian Kardec, representante da OAB; deputado Franze Silva; Gilberto Albuquerque, recém nomeado diretor do HGV; Vinícios Pontes, diretor do hospital infantil; Florentino, secretário de saúde do Estado; Pablo Santos, superintendente da Fundação Hospitalar. e deputado Francisco Costa (PT).

Fonte: Alepi