Em audiência Stanley Freire fala sobre responsabilidade do governo na falta de medicamentos para pacientes renais

Nesta quarta-feira (05), a falta de medicamentos para atendimento aos pacientes renais crônicos foi discutido em audiência pública na Câmara Municipal de Teresina, proposta pelo vereador Stanley Freire (PR).

De acordo com o vereador, que é paciente renal, a situação merece atenção especial do legislativo teresinense e exige do poder público ações eficazes e de curto prazo.

“Propus essa audiência, porque esse é um problema que eu sinto na pele, por isso quero deixar a minha contribuição para essa classe, que sofre com a falta ou atraso na distribuição dos medicamentos pela Farmácia de Dispensação de Medicamentos Excepcionais do Piauí. Essa é uma forma de chamar a atenção das nossa autoridades, do Governo do Estado, através da Secretaria Estadual de Saúde, Ministério Público, OAB, e demais órgão que possam ajudar a suprir essa demanda da população, porque hoje muitas pessoas que precisam tomar essa medicação não estão tomando por irresponsabilidade do Governo do Estado”, disse o parlamentar.

Foto: Laurivânia Fernandes/encarando.com

A audiência contou com a presença de representantes de órgão como a Secretaria Estadual de Saúde do Piauí, Fundação Municipal de Saúde, Associação dos Pacientes Renais do Piauí, Ministério púbico do Piauí, Farmácia de Dispensação de Medicamentos Excepcionais do Piauí e Ordem do Advogados do Brasil.

Luís Filho, presidente voluntário da Associação dos Pacientes Renais, destacou que existem mais de 2.800 pacientes renais no estado e destes apenas uma parcela de 30% podem pagar por esses medicamentos, os outros 70% dependem do estado. Por isso ressalta a importância da discussão do tema.

“A gestão pública, no caso da Secretaria de Saúde do Piauí, é quem tem a responsabilidade sobre essa medicação. Nós que somos pacientes renais e fazemos hemodiálise também contribuímos com o estado, então, o que estamos pedindo aqui, não é um favor, nem caridade, nós estamos solicitando que o estado cumpra o seu dever. Temos sérios problemas no em relação ao direcionamento da saúde para pacientes com problemas renais, dentre eles, a precariedade das instalações e enfermarias. Mas aqui, estamos nos atentando para a questão dos medicamentos, pois os pacientes estão sofrendo por falta dessa medicação. E mais, além da doença nós ainda temos que nos preocupar se haverá medicação para o tratamento”, relatou.

O que diz o Governo do Estado

A Secretaria de Saúde do Piauí (Sesapi), foi representada pela diretora da Diretoria de Assistência Farmacêutica do Estado (Duaf), Wanda de França Avelino, que respondeu a perguntas dos presentes. Em sua fala a gestora afirmou que o estoque com todas as medicações foi regularizado no final do mês de maio.

“Estávamos a bastante tempo com essa medicação em falta, uma média de seis meses, mas isso aconteceu por conta de um problema no processo de licitação que fez com que o estoque que tínhamos não fosse suficiente para suprir a demanda. No entanto, esse processo licitatório já foi regulado e já estamos autorizados a realizar as compras dos medicamentos”.

No entanto, ao ser questionada sobre a não disponibilidade da medicação em algumas clínicas, ela disse que os mesmos só foram distribuídos em duas clínicas, por questões burocráticas.

“Esses medicamentos foram distribuídos em duas clínicas, mas faltam quatro para receber. Mas isso é devido ao processo de protocolo. A clínica tem que enviar até a farmácia a relação dos pacientes e a quantidade mensal para cada paciente, e só dessa forma nós poderemos demandar”.

Foto: Laurivânia Fernandes/encarando.com

Entretanto, de acordo com o que foi relatado por pacientes, todo esse processo é prejudicial ao tratamento e, na maioria das vezes, há uma demora entre o envio dos documentos solicitados e o abastecimento.

“Todas as clínicas poderiam ser abastecidas na mesma ocasião, não entendemos porque estipulam datas para o envio de documentos, já que existem vidas que dependem dessa medicação”, afirmaram.