Relatório sobre situação de instituições de ensino superior do Piauí será enviado ao Congresso

A Assembleia Legislativa enviará ao Ministério da Educação e Cultura (MEC), à Casa Civil do Governo Federal e ao Congresso Nacional um relatório sobre a situação da Universidade Federal do Piauí (UFPI) e do Instituto Federal do Piauí (IFPI) em decorrência dos cortes de recursos que atingem  essas instituições. Esta foi uma das deliberações da audiência pública realizada hoje (6), no plenarinho da Alepi, pela Comissão de Saúde, Educação e Cultura para debater o assunto.

O debate presidido pela deputada Teresa Britto (PV), contou com a participação dos deputados Francisco Limma (PT), líder do Governo, autor do requerimento solicitando a realização da reunião, Lucy (Progressistas) e Gustavo Neiva (PSB), líder da Oposição, e dos reitores da UFPI, Arimateia Dantas, e do IFPI, Paulo Henrique Gomes, além de representantes de entidades que reúnem professores e estudantes piauienses.

Ao falar no início da reunião, Limma disse que a Alepi não poderia ficar alheia aos cortes de recursos feitos pelo Governo Federal porque podem inviabilizar o funcionamento de duas instituições importantes para o desenvolvimento do Piauí, que são a UFPI e o IFPI, e que envolvem uma comunidade de 65 mil pessoas, incluindo professores, servidores, alunos e pesquisadores. “Precisamos discutir quais medidas podem ser adotadas para evitar o impacto causado por esses cortes de verbas”, afirmou Francisco Limma, A deputada Teresa Britto declarou que é preocupante o bloqueio de recursos feito pelo Governo Federal, “pois os gastos com educação não são despesas, mas investimentos na formação dos estudantes”.

O reitor da UFPI, Arimateia Dantas, informou que 40% dos recursos orçamentários deste ano da UFPI já foram liberados, 30% foram contingenciados, mas podem ser usados no empenho de contas, e 30% foram bloqueados. Segundo ele, a Universidade pode parar porque faltará recurso para pagamento de energia, transporte e outras despesas que garantem o funcionamento da instituição. O reitor acrescentou que 50% dos servidores terceirizados da UFPI já foram demitidos. O reitor do IFPI, Paulo Gomes, disse que a instituição foi obrigada a suspender a realização de eventos importantes para os estudantes e só tem recursos para funcionar até setembro. O IFPI conta com 20 unidades instaladas em todo o Piauí e destacou que existe uma ameaça concreta de paralisação das atividades daquele estabelecimento de ensino.

Em seguida, o representante do Diretório Central de Estudantes (DCE) da UFPI, Virgílio Cardoso, afirmou que 78 bolsas de alunos da Universidade Federal do Piauí foram cortadas e que os alunos continuarão mobilizados contra o bloqueio de verbas. O professor Francisco Sinimbu, do Colégio Agrícola da UFPI, declarou que poderá faltar recursos até para a compra de alimentação para os animais mantidos pela universidade.

O presidente da Associação dos Docentes da UFPI (Adufpi), Jurandir Gonçalves, assinalou que os cortes ameaçam “a sobrevivência cotidiana da UFPI” e a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Piauí (Sinte-PI), Paulina Almeida, chamou de absurda a decisão do Governo Federal de bloquear recursos para a educação superior. O servidor da UFPI, Francisco Leite, declarou que o Governo Federal está dando um tiro de misericórdia na universidade que já vem sofrendo há vários anos com a falta de recursos. A professora Lourdes Melo, ex-candidata ao Governo do Piauí, disse que os cortes de verbas começaram no Governo Michel Temer e estão se intensificando no Governo Jair Bolsonaro.

Ao fazer os encaminhamentos da audiência pública, o deputado Francisco Limma disse que a Assembleia Legislativa deve criar uma Frente Parlamentar em Defesa da Educação e sugeriu aos reitores da UFPI e do IFPI que promovam exposições em locais públicos visando mostrar à população as realizações das duas instituições.

Fonte: Alepi