Novos diálogos mostram Moro orientando Dallagnol

Em novos diálogos vazados, conseguidos pelo site The Intercept Brasil e divulgados pela revista Veja nesta sexta-feira (05/07/2019), o ex-juiz Sergio Moro teria pedido a procuradores da força-tarefa da Lava Jato que incluíssem provas em processos que julgaria depois, feito pressão para frear delações, acelerado ou atrasado operações e atuado como chefe do Ministério Público Federal (MPF).

O atual ministro da Justiça e Segurança Pública de Jair Bolsonaro (PSL) teve o nome envolvido em uma crise no início do mês passado, quando o The Intercept começou a publicar conversas entre Moro e procuradores da Lava Jato, que apontam para uma suposta troca de colaborações. Os arquivos chegaram ao site de forma anônima e somam 1 milhão de mensagens em mais de 30 mil páginas.

Em uma das conversas divulgadas pela Veja, feitas no aplicativo Telegram, o coordenador da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol, informa à procuradora Laura Tessler que Moro alertou para o fato de faltar uma informação na denúncia contra Zwi Skornicki, representante de estaleiro que pagou propinas a Petrobras.

“Laura, no caso do Zwi, Moro disse que tem um depósito em favor do Musa e se for por lapso que não foi incluído, ele disse que vai receber amanhã e dá tempo. Só é bom avisar”, pontuou Dallagnol.

Reprodução/Veja

REPRODUÇÃO/VEJA

Já em uma outra conversa, o ministro da Justiça cobrou uma manifestação do MPF em pedido de revogação da prisão preventiva de José Carlos Bumlai. Em resposta, o procurador disse que providenciaria.

Reprodução/Veja

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No dia 5 de julho de 2017, Moro questionou Dallagnol sobre a possibilidade de o ex-deputado Eduardo Cunha fechar um acordo de delação, o que foi negado pelo procurador. “Espero que não procedam”, disse o ministro na ocasião.

Reprodução/Veja

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Outro diálogo mostra uma suposta intervenção de Sergio Moro no trabalho da delegada identificada pela Veja como Erika Marena. Na oportunidade, ela foi questionada sobre a falta de um documento apreendido com executivos da Andrade Gutierrez. Ela, então, informou que esqueceu de incluir as provas no processo eletrônico.

“O russo tinha dito para não ter pressa para eprocar isso, daí coloquei na contracapa dos autos e acabei esquecendo de eprocar”, respondeu. Russo, como já divulgado anteriormente, era a forma como os procuradores da Lava Jato chamavam Sergio Moro.

Fonte: Metrópoles