'Lava Jato' ronda Wellington Dias após doação de R$ 1,9 milhão ao Grupo Petrópolis

Segundo publicação do site O Antagonista, o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), teve momentos de apreensão após a Polícia Federal deflagrar a Operação Rock City, que faz parte da 62ª fase da Lava Jato, que teve como alvo o Grupo Petrópolis. Isso porquê, no primeiro mês de seu terceiro mandato como chefe do Executivo estadual, em 2015, Dias — considerado por Lula um “gênio político” — concedeu isenção fiscal ao fabricante da cerveja Itaipava por generosos 15 anos.

Não foi um benefício qualquer: tratava-se da isenção de 90% do ICMS (clique aqui para ver a íntegra do decreto).

O grupo de Walter Faria — empresário que se entregou ontem à PF para cumprir mandado de prisão preventiva — tinha sido um dos principais doares da campanha do petista: 1,9 milhão de reais (veja imagem abaixo). Na época, o Grupo Petrópolis já era investigado por denúncias de favorecimento em empréstimos junto ao Banco do Nordeste.

Quando questionado sobre as doações de Walter Faria, o governador sempre se esquiva e nega a possibilidade de ter sido beneficiado pelo esquema da Odebrecht, que, segundo apontou a Lava Jato, usava o Grupo Petrópolis para pagar propina a candidatos e partidos políticos em forma doação eleitoral.

Naquele mesmo ano de 2015, Marden Meneses, um deputado estadual do PSDB, apresentou um requerimento pedindo explicações sobre a concessão de benefícios ao Grupo Petrópolis. Outro deputado, Robert Rios (PDT), tentou abrir uma CPI sobre o caso. As duas tentativas acabaram sendo barradas na Assembleia Legislativa, onde Dias tinha ampla maioria.

Em setembro do ano passado, às vésperas da reeleição — em primeiro turno — do governador do Piauí, Walter Faria esteve em Teresina para uma reunião com ele. A conversa foi intermediada por Ciro Nogueira, presidente do PP e senador piauiense, que também foi reeleito. No encontro, que não constou na agenda oficial dos políticos em plena campanha, o trio tratou da instalação de uma fábrica da Itaipava no estado.

A Lava Jato ronda o governador do Piauí