Após troca de farpas entre Maia e Bolsonaro, Guedes diz que houve 'ruído de comunicação'

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou no início da tarde desta quinta-feira (28) que houve “muito ruído de comunicação” em torno da reforma da Previdência, mas que está “muito confiante” de que os poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário) sabem “de seu papel institucional”.

Guedes deu a declaração após reunião com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para tratar da reforma da Previdência. Maia ofereceu um almoço na residência oficial Guedes e ao secretário especial da Previdência Social, Rogério Marinho.

“Existem uns ruídos de comunicação, houve muito combate durante a campanha e esse barulho vai diminuir e o exercício das próprias funções daqui para a frente vai fazer com que tenha uma convergência, uma harmonização, eu acho que isso é natural, o barulho está um pouco acima, exatamente porque houve esse choque inicial, mas eu tenho sido testemunha de que todos estão empenhados”, declarou o ministro.

Também estavam presentes no encontro o líder do Novo, deputado Marcel van Hattem (Novo-RS), o primeiro-vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira (PRB-SP), e o deputado Domingos Neto (PSD-CE).

Paulo Guedes disse que os poderes sabem da importância do desempenho e papel de cada um. “Eu acredito muito que os principais poderes sabem que, apesar dessa coisa que dá muita notícia, dá barulho, esses ruídos, sabem a importância do desempenho de cada um, do seu papel institucional”, afirmou o ministro da Economia.

“Maia tem me apoiado muito, e facilitado as conversas mais frequentes com políticos para que se explique a importância da nova Previdência”, afirmou o ministro da Economia.

Ataques

O encontro com Guedes ocorreu após a troca de farpas públicas entre Rodrigo Maia e o presidente da República, Jair Bolsonaro, sobre a articulação em torno da reforma da Previdência. Nesta sexta, Bolsonaro disse que a discussão com Maia é “página virada”.

A tramitação da reforma está parada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara à espera da indicação de um relator.

Nos bastidores, tanto o PSL, partido de Jair Bolsonaro, quanto o Novo negociam para ficar com a relatoria ou na CCJ ou na comissão especial, que será ainda criada na etapa seguinte para analisar o conteúdo da proposta.

Audiência

Outro componente que acirrou a crise com a Câmara foi o cancelamento da ida de Paulo Guedes à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na terça-feira (26) para explicar pontos da proposta aos deputados.

Uma nova audiência foi marcada para a próxima quarta-feira (4) em um acordo costurado com a oposição para evitar a aprovação de uma convocação do ministro, o que poderia desgastar ainda a relação com o governo.

Fonte: G1