Após prisão de Queiroz, Bolsonaro convoca ministros e quer reação

No dia em que o policial militar aposentado Fabrício Queiroz foi preso em uma operação desencadeada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) em conjunto com a Polícia Civil e o Ministério Público de São Paulo (MPSP), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez eco às críticas do seu filho e ex-chefe de Queiroz Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). Para ele, a operação é uma forma de atacar o presidente.

Por isso, o chefe do Planalto convocou o ministro da Justiça, André Mendonça, e fez contato com outros nomes da área jurídica do governo para reuniões, todas elas fora da agenda oficial. Participaram do encontro os ministros Walter Braga Netto (Casa Civil) e Jorge Oliveira (Secretaria da Presidência).

Inicialmente, na agenda do chefe do Executivo constava apenas uma reunião com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e a cerimônia de posse dos novos embaixadores no Brasil.

Auxiliares do presidente disseram que, na leitura de Bolsonaro, não se trata de uma coincidência o fato de uma série de operações contra seus aliados terem sido realizadas na mesma semana. Na segunda-feira (15/06), a extremista Sara Winter foi presa acusada, entre outras questões, de ameaçar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

Nessa quarta-feira (17/06), o deputado bolsonarista Daniel Silveira (PSL-RJ), que ficou célebre após quebrar uma placa com o nome da vereadora assassinada Marielle Franco durante a campanha de 2018, foi alvo de mandados de busca e apreensão autorizados pelo STF. Segundo ele, o ministro Alexandre de Moraes vai “nadar, nadar” e mesmo assim irá “morrer na areia” antes de encontrar algum crime que ele tenha cometido.

Para o presidente, haveria uma conexão entre os movimentos. Agora, ele deve cobrar reação de André Mendonça, que comanda a Polícia Federal.

Mais cedo, Flávio associou a operação à ascensão de Bolsonaro ao poder. “Mais uma peça foi movimentada no tabuleiro para atacar Bolsonaro. Em 16 anos como deputado no Rio, nunca houve uma vírgula contra mim. Bastou o Presidente Bolsonaro se eleger para mudar tudo! O jogo é bruto!”, escreveu, no Twitter.

Fonte: Metrópoles