Governo anuncia pacote de medidas para agradar caminhoneiros

Para conter o risco de uma nova greve dos caminhoneiros, o governo anunciou nesta 3ª feira (16.abr.2019) 1 pacote de medidas a favor da categoria.

O anúncio foi feito no Palácio do Planalto pelos ministros Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Floriano Peixoto (Secretaria Geral), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Tarcísio Freitas (Infraestrutura). Eis o que foi divulgado:

  • linha de crédito do BNDES – o banco de fomento está desenhando uma linha de crédito especial ao caminhoneiro autônomo. Segundo o governo, o profissional que tem até 2 caminhões no CPF poderá tomar crédito de até R$ 30 mil para compra de pneus e manutenção de veículos. R$ 500 milhões serão liberados inicialmente. Segundo Onyx, a concessão começará com Banco do Brasil e Caixa e depois será ampliada para outros bancos e cooperativas de crédito;
  • fomento a cooperativas – segundo o governo, o objetivo é trazer benefício de pessoas jurídicas para autônomo;
  • conclusão de obras e manutenção das rodovias – R$ 2 bilhões serão destinados às ações em pontos considerados estratégicos por caminhoneiros;
  • postos de paradas – governo tornará obrigatória a construção de áreas de descanso em rodovias concedidas;
  • renovação de CNH – governo pretende ampliar de 5 para 10 anos prazo de renovação da carteira nacional de habilitação;
  • cartão caminhoneiro– já anunciado, permitirá que o caminhoneiro antecipe a compra de diesel. Com isso, conseguiria reduzir os riscos ligados às oscilações do preço do combustível.

O governo não anunciou nenhuma medida relacionada a mudanças na política de preços da Petrobras. A alteração, no entanto, não foi descartada. Onyx destacou que o tema será abordado em reunião convocada pelo presidente Jair Bolsonaro para esta 3ª feira às 16h30.

Participarão os ministros Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Paulo Guedes (Economia), Tarcísio Freitas (Infraestrutura) e Bento Albuquerque (Minas e Energia), o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, e o diretor geral da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), Décio Oddone.

Na 5ª feira (11.abr), a Petrobras anunciou o aumento de 5,7% no preço médio do diesel. No entanto, Bolsonaro interveio na decisão da estatal e o reajuste foi suspenso. No dia seguinte, a Petrobras perdeu R$ 32 bilhões em valor de mercado.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, não foi consultado antes da intervenção do presidente na política de preços da petroleira.

Após reuniões com ministros nesta 2ª feira (15.abr.2019), o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, declarou que a empresa é “livre” e que a decisão de não prosseguir com o aumento foi da própria companhia.

PARALISAÇÃO DE 2018

Em maio do ano passado, a alta do preço do diesel provocou uma paralisação de 11 dias no setor de transportes de cargas. A greve causou desabastecimento de alimentos e combustíveis em diversas partes do país.

Para dar fim à paralisação, o governo anunciou 1 pacote de medidas que incluiu a subvenção de R$ 9,5 bilhõesno preço do diesel e a tabela de preços mínimos para o frete rodoviário, contestada por setores da indústria e do agronegócio.

Fonte: Poder 360