Marcelo Álvaro deixa o Ministério do Turismo

Marcelo Álvaro Antônio (Marcelo Henrique Teixeira Dias) não é mais ministro do Turismo. O decreto, com a exoneração a pedido, está publicado no Diário Oficial da União desta quinta-feira (10).

Marcelo Álvaro deve reassumir o mandato de deputado federal, no Congresso Nacional, do qual se licenciou para assumir a pasta do Turismo, em 2019. Para o lugar dele, o presidente Jair Bolsonaro nomeou Gilson Machado Guimarães Neto.

Machado deixa o comando da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), cujo cargo de diretor-presidente passa a ser ocupado por Carlos Alberto Gomes de Brito. A nomeação também está publicada no Diário Oficial da União.

Em seu discurso de despedida, o ex-ministro disse que sai “de cabeça erguida” e “com a sensação de dever cumprido”. 

“Nós fizemos o melhor para o turismo brasileiro e conseguimos contribuir com a economia do Brasil”, disse. 

No discurso, Álvaro Antônio afirmou que mesmo fora da pasta continuará leal ao presidente Jair Bolsonaro. Ele agradeceu ao presidente a oportunidade de comandar o Ministério do Turismo. 

Álvaro Antônio assumiu o posto em janeiro de 2019, logo após a posse de Jair Bolsonaro. O ministro deixa a cadeira após quase dois anos à frente da pasta.

Demissão

Demitido nesta quarta-feira (9), o ministro Marcelo Álvaro Antônio, do Turismo, disse que saiu do governo em razão de uma divergência e que se excedeu ao afirmar no grupo dos ministros em um aplicativo de mensagens que o colega Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) é um “traíra” por supostamente ter pedido a demissão dele ao presidente Jair Bolsonaro.

Na mensagem, Álvaro Antônio chamou Ramos de “traíra” e afirmou que este pediu a Bolsonaro para demiti-lo a fim de entregar o cargo para o Centrão, o bloco parlamentar de apoio ao governo na Câmara. Ramos é o responsável pela articulação política do governo com o Congresso. 

“Não me admira o Sr Ministro Ramos ir ao PR pedir minha cabeça, a entrega do Ministério do Turismo ao Centrão para obter êxito na eleição da Câmara dos Deputados”, escreveu Álvaro Antônio. 

Com o apoio do governo, o Centrão lançou a candidatura do líder do bloco, deputado Arthur Lira (PP-AL), à presidência da Câmara, para a sucessão de Rodrigo Maia (DEM-RJ), cujo grupo também deve lançar uma candidatura. 

Álvaro Antônio, que é deputado federal pelo PSL de Minas Gerais, afirmou que, com as concessões ao Centrão, o governo paga um preço “nunca visto antes na história” para a aprovação de matérias na Câmara. 

“Ministro Ramos, o Sr entra na sala do PR comemorando algumas aprovações insignificantes no Congresso, mas não diz o ALTÍSSIMO PREÇO que tem custado, conheço de parlamento, o nosso governo paga um preço de aprovações de matérias NUNCA VISTO ANTES NA HISTÓRIA, e ainda assim (na minha avaliação), não temos uma base sólida no Congresso Nacional, (tanto que o Sr pede minha cabeça pra tentar resolver as eleições do parlamento, ironia, pede minha cabeça pra suprir sua própria deficiência)…”, disse. 

Na mensagem, Álvaro Antônio insinuou que o ministro Ramos “não tem capacidade” para ocupar a função que exerce. 

“Nem por isso Ministro Ramos, fui ao PR pra dizer que o Sr não capacidade pra atuar em tal função, AO CONTRÁRIO, várias vezes ofereci ajuda pra que o Sr tivesse êxito em suas atribuições (ex: Contratação do Carlos Henrique, abrindo espaços no MTur)”, escreveu.

Fonte: Com informações do Agência Brasil e G1