Conselho se manifesta contra vereadora Thanandra Sarapatinhas por ‘ofensas’ em redes sociais à Gerência de Zoonoses

O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Piauí (CRMV-PI), emitiu uma nota de desagravo, acerca de comentários descritos como ofensivos, feitos pela vereadora Thanandra Sarapatinhas, através de redes sociais, sobre o Centro de Zoonozes.

A nota, assinada pelo presidente do CRMV, Anísio Ferreira Lima Neto, contesta o posicionamento da vereadora e expõe que “ofensas” proferidas por ela, em relação ao trabalho realizado no Centro, “causaram profundos danos à imagem e à reputação dos profissionais da medicina veterinária”.

Leia na íntegra:

NOTA DE DESAGRAVO PÚBLICO

O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Piauí (CRMV-PI), neste ato representado por seu Presidente, Méd. Vet. Anísio Ferreira Lima Neto, em cumprimento ao art. 7°, inciso III, do Código de Ética Profissional do Médico Veterinário, aprovado pela Resolução n° 1138, de 16 de dezembro de 2016, vem a público apresentar DESAGRAVO à Vereadora Thanandra Sarapatinhas, em razão de ataques em redes sociais à Gerência de Zoonoses (Gezoon) de Teresina e aos profissionais da medicina veterinária.

É imprescindível ressaltar que a Gezoon é um órgão de saúde pública que zela pela saúde única, que engloba a saúde humana, animal e ambiental, atuando no controle de zoonoses (doenças que podem ser transmitidas de animais para seres humanos) e na prevenção de epidemias.

Diante disso, as ofensas proferidas pela Vereadora Thanandra Sarapatinhas em redes sociais causaram profundos danos à imagem e à reputação dos profissionais da medicina veterinária que desempenham o valoroso serviço para o controle das zoonoses na capital do estado.

Ofensas dessa natureza podem e devem ser repudiadas pelo CRMV-PI, a quem compete envidar todos os esforços para coibir qualquer desrespeito a um órgão que garante o bem-estar de animais e da população.

Diante do exposto, o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Piauí, no uso de suas atribuições, torna público o desagravo em favor dos profissionais veterinários e da insigne Gerência de Zoonoses de Teresina.”


Indicação feita pela vereadora

A vereadora é responsável pela indicação do novo gerente da Gerência Executiva de Controle de Zoonoses, o médico veterinário Paulo Marques Costa. Sua nomeação foi publicada no Diário Oficial do Município de Teresina no dia 07 de janeiro.

Polêmica sobre morte de cães

Sarapatinhas ganhou notoriedade na mídia após expor o caso da morte de animais em seu abrigo. Na época, a vereadora acusou uma vizinha, de ter envenenado seus cachorros, chamados de Lua e Piranhão.

Uma reviravolta, no entanto, deu outro rumo ao caso. De acordo com a Delegada Edenilza Viana, imediatamente, à denúncia de suposto envenenamento, o animal foi periciado no Centro de Zoonoses, sendo feito necropsia, onde houve sugestão de intoxicação exógena, apontando necessidade de exame toxicológico. Também foram realizadas buscas na casa da suposta acusada, onde foi apreendido frascos, que foram analisados para saber se eram de fato veneno e se havia correlação com a morte da cadela. Após periciados, foi apontado que havia a presença de material pó conhecido como carbaril. 

Segundo o Instituto de Criminalística do Piauí, em parceira com o Instituto de Criminalística do Maranhão, que fez o laudo toxicológico na cadela Lua, não detectou substância tóxica (veneno) no animal, nem nenhum envenenamento por carbaril, o que descarta que a substância encontrada na casa da suposta acusada teria relação com a causa da morte do animal. 

 De acordo com os autos do inquérito, também foi juntado laudo toxicológico particular, realizado pela tutora do animal. Ambos os laudos corroboraram para comprovação que a cadela não foi intoxicada por nenhum pesticida, apenas foi detectado elemento químico o metal chumbo.  

“Nós concluímos o inquérito sem indiciar a suposta autora, porque segundo as investigações, não foi provada a participação daquela na morte do animal, nem foi achado no corpo da cadela o veneno carbaril. A suposta intoxicação por chumbo, apontada em laudo particular, não tem nenhuma relação com o veneno carbaril, nem com o veneno popularmente conhecido como chumbinho: Carbaril e o veneno conhecido como chumbinho não tem o metal chumbo em suas composições.”, disse a delegada ao fim do inquérito. 

Após isso, por meio de sua assessoria jurídica, divulgou uma nota informando que iria recorrer do inquérito e uma polêmica com a delegada se iniciou.

Nas redes sociais, Edenilza Viana foi acusada de ter ‘manipulado’ o caso por interesses políticos. Isso aconteceu pelo fato da delegada ser irmã da esposa do ex-vereador, Dr. Lázaro (Patriota), que ficou sem mandato com a vitória de Thanandra.

Nas publicações, simpatizantes da vereadora apontam que a delegada estaria negligenciando provas e fatos sobre o ocorrido. Edenilza, no entanto, negou as acusações e afirma que agiu de forma imparcial e sem nenhuma motivação política. A delegada ainda explicou que todo o inquérito foi concluído antes das eleições.

Atualmente, apenas o caso da morte do cachorro Piranhão (também suspeito de envenenamento) aguarda conclusão. Conforme repassado pela polícia, falta apenas uma perícia para que o inquérito seja finalizado.