Ciro fala sobre possível presença de Lula nas eleições em 2022 e diz: ‘não é o mesmo de vinte anos atrás’

O senador Ciro Nogueira, presidente nacional do PP, comentou em entrevista ao Jornal O Globo, falou sobre a anulação das condenações do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT), pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin. A decisão do ministro, envolve três casos: o do sítio de Atibaia, o do triplex no Guarujá e o de doações ao Instituto Lula.

Na ocasião, o senador comentou sobre a possibilidade de mudanças no cenário político para 2022 e reafirmou o apoio do seu partido ao presidente da República, Jair Bolsonaro.

“É uma situação que mexe muito no cenário e cria uma disputa entre os dois extremos. Mas acho que consolida muito a chance de vitória do presidente. É difícil o país voltar ao comando do PT. Ao mesmo tempo que fortalece o próprio PT em se tornar um partido expressivo dentro do Congresso, porque Lula é um bom cabo eleitoral. No cenário geral, tanto Bolsonaro comemora por enfrentar Lula, mas também o PT comemora por ter um candidato viável para disputar no segundo turno”, disse o senador ao Jornal.

Ciro também falo sobre sua visão em relação ao Nordeste, região, onde historicamente o PT deteve suas maiores vitórias.

“Lula é um candidato com apelo muito forte no Nordeste. Mas o Lula de hoje não é o mesmo de 20 anos atrás. Não sei se ele tem a mesma garra, a mesma vontade. É um homem que sofreu muito, perdeu até familiares por conta desse processo. Hoje, Bolsonaro rivaliza muito na identificação que tem com o Nordeste. Eu sempre disse que o Nordeste nunca foi de esquerda, e é até mais conservador que o restante do país”.

Ciro também opinou sobre possíveis apoios partidários que o ex-presidente pode obter, citando o PCdoB e PSB como ‘apoios naturais’ e afastando partidos do centro. O senador ainda diz que, com o retorno de Lula, candidaturas como a do apresentador Luciano Huck, de João Doria e, até mesmo, de Ciro Gomes, perdem força.

Ligação com Bolsonaro

O senador Ciro Nogueira, seguiu respondendo perguntas em relação à sua ligação com o presidente Bolsonaro. Ele falou sobre a escolha partidária do presidente para 2022 e também da possibilidade de indicação do vice-presidente pelo PP.

“Ele [Bolsonaro] terá que ir para um partido pequeno para ter o comando, como ele quer. Se ele for para um partido grande, não tem como ele trocar o comando no estados. Até porque, as eleições municipais sinalizaram que o que ocorreu em 2018, não deve se repetir”.

Quanto a indicação do vice, Nogueira afirmou: “Eu defendo que o vice seja uma escolha pessoal do presidente […] Pode ser que esse vice se filie ao nosso partido, é uma hipótese que pode ser aventada, mas é uma escolha do presidente”.

Leia a entrevista na íntegra: