'Costas largas' da Seduc ajudaram a desviar R$ 50 milhões do transporte escolar

O Palácio de Karnak nunca tinha vivido a situação que viveu ontem, cercados de federais em operação contra corrupção. A Operação Satélites, é um desdobramento da Topic, que indiciou gestores e empresários por malinagem com o dinheiro do transporte escolar. A ação realizada no Karnak, na secretaria de Educação, Seinfra, além de outros endereços buscou complementos a provas já encontradas pela CGU, que descobriu que em apenas dois contratos, firmados em 2015 e 2017, foram desviados mais de R$ 50 milhões. A PF investiga empresários, funcionários e alguns integrantes da cúpula da secretaria de Educação, no período desses dois contratos, entre eles estão: Pauliana Amorim, prima da deputada Rejane Dias, Helder Jacobina, que chegou até a assumir a pasta quando Rejane voltou ao Parlamento, e o Coronel Ronald, o homem forte das licitações e negócios no período. Para as instituições a organização criminosa trocava propina em favor da imperfeição da prestação de serviços. Os favorecidos recebiam imóveis carros e dinheiro vivo na nojenta negociata. Parece que agora, o transporte que faltou para seu filho no interior do Piauí, porque o dinheiro foi roubado, vai dar pra cabeça de gente, e tomara que grande.

CGU diz que costas largas da Seduc diminuíram rotas do transporte escolar

A controladoria Geral da União (CGU) informou em nota que os devios de R$ 50 milhões em recursos com superfaturamento do transporte escolar levaram os costas largas da Seduc, envolvidos com a organização criminosa, a diminuir as rotas de transportes escolares. Por isso muitos alunos tiveram tiveram o transporte precarizado ou mesmo suspenso. Dado essa situação aconteceu muita evasão escolar. Uma situação vergonhosa para o Estado.

Criminosos da Seduc migraram para Seinfra e Karnak

PF no Palácio de Karnak. Foto: Reprodução / WhatsApp

Segundo o delegado Alberto Paulo Sérvio da PF, o crime é contínuou no governo do Estado e os servidores envolvidos na trama, em especial após desdobramentos da operação Topic, foram remanejados para outros órgãos como Seinfra e Palácio de Kanark. Na Seinfra, dentre os nomes, está a prima da deputada Rejane, Pauliana Amorim, ocupando cargo de poder de decisão, do mesmo modo o coronel Ronald que esta no Gabinete Militar do governador. O delegado, entretanto, não entrou em detalhes mais a corrupção pode ter tido continuidade em outros órgãos.

OAB lamenta Operação no Karnak e diz que governo deve explicações

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seccional Piauí, se manisfetou publicamente sobre a Operação Satélites. A OAB, classificou o episódio como triste, uma vez que, as portas do Palácio de Karnak foram abertas pela primeira vez na história para uma investigação de corrupção. A classe pede celeridade nos esclarecimentos e que os culpados sejam punidos. A OAB ainda reforçou que o governo do Estado deve uma satisfação à sociedade.

Para o governo, operação foi ‘midiática’

Governador Wellington Dias. Foto: Jorge Bastos / Ccom

O governo do Piauí se pronunciou sobre a Operação Satélites por meio de nota e a classificou como uma ação ‘midiática’. No pronunciamento oficial, o governo ainda afirma que o estado não é alvo das investigações, e sim alguns servidores públicos que, de acordo com eles, tem direito a ampla defesa. No esclarecimento, o governador ainda reiterou que nãoao havia nescessidade de uma operação com transmissão ao vivo pela TV, para requisitar documentos, por que o governo sempre se colocou à disposição da Justiça.

Opinião

Concordamos quando a OAB se entristece com uma operação da PF no Palácio de Karnak. De fato, será uma lembrança que ficará para a história. Três órgãos de fiscalização e investigação se juntarem e adentrarem, nas primeiras horas da manhã, no local que é símbolo máximo do governo do nosso estado. Por outro lado, comprendemos as instituições, pois um dos investigados com indícios fortíssimos de enriquecimento ilícito, não conseguiu comprovar como adquiriu seus bens, o coronel Ronald. Ele foi promovido para o Gabinete Militar do governador, onde deve ter pessoas acima de qualquer suspeita, pois cuida da segurança e logística de sua excelência, e com certeza, a antissala do chefe de estado não seria o lugar certo para uma com histórico de corrupção. Nós continuamos concordando com a OAB, que mesmo tendo um de seus membros como alvo da operação, não exitou e disse que o governo deve uma explicação aos piauienses. O governo diz que os investigados são servidores e empresários, mas convenhamos, alguns destes são pessoas da linha de frente da gestão de WD. Helder Jacobina, pra exemplo, é ex-assessor e de extrema confiança da deputada Rejane Dias, que na época era secretária de Educação, assim como o coronel, que chefiou o departamento mais delicado: O de compras e licitação. Por último e não menos ‘importante’, Pauliana Amorim, que além de ser prima de Rejane, tinha uma influência ímpar com a direção da Seduc na época do crime. Claro que nem Welington nem sua esposa podem pagar pelos erros dos outros, mas no mínimo, essas pessoa deveriam ter sido afastadas do governo, e não só remanejadas, para outras posições estratégicas, como aconteceu. Não se pode constatar que a operação foi midiática os investigados ainda viviam no centro do poder, podendo se livrar de provas e até mesmo, cometer outros crimes. Pode até ser prudente para o governo não condenar essas pessoas, mas o que se espera da gestão, é que esta não condene as instituições que querem a punição dessas pessoas que desviaram R$ 50 milhões, que poderiam ter sido investidos em melhorias no transporte escolar. O que nos resta é torcer para que os únicos condenados disso tudo não sejam apenas os estudantes, que estão indo para aula de pau de arara, e aqueles que abandonaram a escola por falta de transporte.