Tranquem as portas: 200 presos fogem da Major César quebrando tudo

Eu havia falado nos posts anteriores que os direitos humanos deveria intervir na Penitência Agrícola Major César Oliveira para não haver rebeliões. Pois é, eu tinha razão.

Durante visita íntima entre os presos e suas companheiras, na tarde desta terça-feira (2), ocorreu uma rebelião, onde pelo menos cinco presos e dois agentes penitenciários ficaram feridos.

Segundo informações das esposas, durante a visita, os detentos já estavam com os ânimos acirrados por que um funcionário da Major César teria atirado no pé de um preso.

O estopim para começar a rebelião, teria sido no momento que um detento doente teria pedido para ser medicado e simplesmente ignoraram. Não deu outra, saíram revoltados. Quebraram tudo que encontravam pela frente.

De acordo com informações repassadas à imprensa, os detentos teriam incendiado uma viatura da polícia e destruído uma máquina de raio x caríssima, comprada recentemente para vistoriar os presos.

Segundo informações ainda, durante a confusão, um agente penitenciário teria feito um disparo acidental de arma de fogo e ficado ferido. Policiais atiraram também balas de borracha, para tentar conter a invasão na sala de direção e administração do prédio.

Agente ficou ferido após ser atingido por uma pedrada — Foto: Divulgação/Sinpoljuspi

Agente ficou ferido após ser atingido por uma pedrada — Foto: Divulgação/Sinpoljuspi

Enquanto uns invadiam, outros levavam os familiares para locais seguros fora do presídio. De acordo com o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí (Sinpoljuspi), pelo menos 200 presos fugiram da Penitenciária durante a rebelião. O prejuízo material ainda não foi contabilizado.

Área administrativa do presídio foi danificada durante rebelião na Major César — Foto: Divulgação/Sinpoljuspi

Área administrativa do presídio foi danificada durante rebelião na Major César — Foto: Divulgação/Sinpoljuspi

Será reformada por bem ou por mal

Há muito tempo que algo teria que acontecer para chamar atenção do Governo do Estado para a situação da Major César. E não é só na infraestrutura não. As condições mínimas de respeito aos direitos humanos tem que ser respeitadas também.

Imagine você, morando num local com esgoto a céu aberto, lixo acumulado, celas superlotadas, sem muita comida nem água. Somado a isso, ser humilhado periodicamente, sem o direito de reclamar.

É o mesmo que criar uma bomba relógio, onde estamos vendo os estragos agora. Quando (ou se recuperarem) esses presos que fugiram, o governo terá que fazer a reforma de qualquer forma.

Enquanto isso, tranquem bem as portas e cuidado. É que durante a fuga, eles teriam levado duas armas da unidade e um revólver de um servidor, que poderá ser usado para a prática de novos crimes. Vai Encarar?