Entrevista: Bob Nunes fala sobre processos, perda de patrocínios e comenta a vida nova em SP

O humorista piauiense e administrador da página Teresina Comedy News, Bob Nunes, saiu do Piauí e foi tentar um ‘novo caminho’ em São Paulo. Isso, após se envolver em polêmicas com a ex-candidata a deputada federal pelo PT, professora Fabíola Lemos Azevedo, na qual foi indiciado pelo crime de injúria, e também com a cantora Bia Magalhães, da banda Bia e os Becks, onde responde um processo por gordofobia.

Longe do estado, o humorista concedeu entrevista ao encarando.com, onde falou sobre temas como liberdade de expressão, traçando um comparativo entre o seu caso com o do comediante e apresentador, Danilo Gentilli, que foi condenado a seis meses de reclusão, em regime semiaberto, por injúria contra a deputada federal Maria do Rosário (PT).

Como era de se esperar, Bob fez fortes declarações direcionadas a um grupo que chamou, de “patrulha politicamente correta”. O humorista ainda relatou sobre as dificuldades que sofreu após as polêmicas, destacando seus projetos para o futuro. Confira entrevista!

Sua carreira sempre foi marcada com polêmicas, as duas últimas geraram processos na justiça. O humorista Danilo Gentilli também foi processado e perdeu recentemente. Comparam muito seu caso com o dele. Essa derrota do Danilo te assusta de alguma forma?

Não. Só dá razão ao que tanto ele e eu falamos sobre a patrulha politicamente correta. E no Piauí é mais assustador, as pessoas sequer sabem o conceito de liberdade de expressão. Acham que não se pode falar tudo, o que é fruto de uma grande desinformação. Claro que ser punido é possível, isso é consequência, mas as acusações são irrisórias e no caso dele, a condenação à cadeia é absurdo. Lunático. Ver gente comemorando isso e dizendo “ditadura nunca mais” chega a ser cômico. São esses que quero atingir.

O Danilo afirma muito que existe uma patrulha em relação a ele. Que a imprensa age de forma diferente quando se trata de alguma piada ou crítica realizada por ele. Você acha que existe essa “patrulha” no Piauí?

Sim. Primeiro por que o jornalismo é 80, 90% bancado pelo Estado. Estado é o PT, eu me oponho ao PT, logo a patrulha do Pão e Circo quer cobrar. Mas eu nunca dependi dessa gente, não devo nada e não é o meu público. Para mim não significa nada, continuo o mesmo.

O Danilo no caso desse último processo recebeu apoio de várias pessoas, dentre humoristas, políticos e personalidades. Quem apoiou o Bob Nunes?

No Piauí, NINGUÉM. Todos tem rabo preso, e se não tem, não querem se associar a mim. Eu sou quase um criminoso pra essa gente… Aliás, pior, porque tem muitos criminosos que são amados e defendidos por eles. Vide um condenado que “mora” em Curitiba.

Financeiramente, sua página de humor ou perfil pessoal foram prejudicados?

Sim. Mandaram e-mails até para empresas que achavam que eu trabalhava, solicitando minha demissão. Sinal de desespero. Essa gente é desonesta, vive de assassinato de reputação. Mas continuo trabalhando, mesmo com a página sem anunciantes.

E sua família Bob, como reagiu quando soube dos processos??

Eles me conhecem, mas a vizinhança achava que eu era traficante.

Você é amigo pessoal do Whindersson Nunes. Houve algum apoio por parte dele? O que ele acha do assunto?

Ele não se envolve em temas polêmicos publicamente. Nossa amizade é de 8 anos atrás, e hoje nosso contato é pontual, preferimos dar corda pra diversão, que discutir irrelevâncias.

Sua ida para São Paulo foi algo programado ou tem haver com essas polêmicas que envolveram seu nome recentemente?

Eu fui pra Brasília e fiquei até meados de fevereiro. Nesse período,optei por não retornar para Teresina. O que faço não dá muito resultado no Piauí, e eu, já estava de saco cheio de muitas pessoas, do que elas fazem pra crescer e do quão sujas. Direito delas, eu só não quis mais voltar. E a cidade de São Paulo, eu já conhecia. Tenho amigos humoristas e comunicadores, dei uma entrevista no GNT, tem rádio em contato comigo pra um possível contrato… Está tudo indo muito bem aqui.

Para finalizar, gostaria de saber: Como Bob Nunes descreve seu próprio perfil?

Difícil de responder. Mas seria algo como: “Bob Nunes,o teresinense da zona Norte, pobre, morador de uma comunidade violenta, estudou em escola pública a vida toda, trabalhou vendendo Cds, cerveja no carnaval, Tv por assinatura nas ruas e sendo caixa de supermercado… Um brasileiro lutador. Sabe o que isso significa? NADA”