Manifestações nas ruas testam apoio ao Palácio do Planalto nesse domingo (26)

O presidente Jair Bolsonaro passará por um teste de força nas manifestações de rua convocadas para este domingo, 26, em defesa do governo. Embora tenha agido, nos últimos dias, para desvincular os atos de qualquer patrocínio do Palácio do Planalto, Bolsonaro foi alertado por aliados de que essas mobilizações viraram uma “armadilha” para sua gestão porque todos sabem como começam, mas nunca como terminam.

Por meio das redes sociais, organizadores haviam convocado até sábado, 25, atos em pelo menos 312 cidades brasileiras. Estão registradas também mobilizações em pelo menos dez municípios no exterior, sendo seis cidades nos Estados Unidos. A estimativa leva em conta eventos que têm locais e horários definidos. São Paulo lidera o número de municípios que têm manifestações programadas, com 63 cidades. Minas Gerais é o segundo, com 39 mobilizações.

Até o momento, não há indicação de problemas com a segurança nos atos, mas o Palácio do Planalto monitora as redes sociais para verificar a possibilidade de participação de “infiltrados” ou ativistas “black bloc”. Há o temor de que, se houver confusão, isso possa ser debitado na conta do governo.

Não foi à toa que Bolsonaro repudiou a defesa do fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal nas manifestações. Após dizer que o problema do Brasil é a classe política e de compartilhar mensagem pelo WhatsApp afirmando que o País é “ingovernável” fora dos conchavos, sem poupar nem mesmo a Justiça, o presidente afirmou que quem apoiar pautas contra o Legislativo e o Judiciário “estará na manifestação errada”.

“Isso é manifestação a favor de (Nicolás) Maduro, não de Bolsonaro”, afirmou ele, em alusão ao regime comandado pelo presidente da Venezuela. Desde o início da semana, auxiliares de Bolsonaro já diziam que passeatas pró-governo, capitaneadas pelo próprio governo, eram “coisa de Maduro”, e não de democracia.

Fonte: Estadão