Alunos do Centro Estadual de Tempo Integral (Ceti) Zacarias de Góis - Liceu Piauiense vivenciaram uma segunda-feira especial e de aprendizados que ultrapassam os limites da sala de aula. Conduzidos pela professora Mônica Carvalho, mestra em História do Brasil e docente da escola, estudantes do 1º, 2º e 3º anos do Ensino Médio realizaram hoje (18) um evento em alusão ao Dia da Consciência Negra, celebrado na quarta-feira, 20 de novembro.
Sob o tema “Respeitar as raízes é respeitar a história do negro”, a atividade teve por objetivo valorizar a cultura afro-brasileira, atentando para a construção de um ambiente escolar pautado na equidade racial, na educação antirracista e no protagonismo juvenil
A professora Mônica Carvalho explica que a educação antirracista é trabalhada cotidianamente com os estudantes. “É um desafio que começa na escola. O projeto, assim como aquilo que se faz antes, em sala de aula, através dos conteúdos e das rodas de conversa, é fazer com que esse aluno se transforme em um sujeito combativo ao racismo. Estamos criando pessoas que saibam resistir ao racismo”, afirmou Mônica.
A programação foi pautada em atividades culturais de dança, teatro e poesia, além de palestras sobre racismo, educação antirracista e representatividade negra nos espaços públicos. Estudante do 2º ano do Ensino Médio, João Henrique dos Santos é um dos alunos impactados pelo projeto. “Eu acho de extrema importância ter essas atividades no âmbito escolar, porque aqui é o polo onde nós nos formamos também como pessoas. Eu acredito que isso é de extrema importância. Projetos que contam como bagagem escolar e nos constroem com uma perspectiva antirracista e que combatem todo o tipo de ação criminosa”, disse o garoto.
A mesma construção também foi sentida pela colega de turma de João, Lindha Maria Hiller. Para ela, o ideário semeado dentro do ambiente escolar tem potencial para se estender ao ambiente familiar e demais espaços sociais. “O intuito do projeto é realizar uma educação antirracista, porque é isso que nós estamos precisando, de alunos sem aquele racismo estrutural, que está dentro das nossas heranças. E é perceptível como nós estamos conseguindo construir essa educação antirracista, não só nas escolas, mas também em outros ambientes”.
O Liceu Piauiense atende, atualmente, 546 estudantes, na modalidade de Ensino de Tempo Integral. O projeto chega ao seu oitavo ano de existência e é motivo de celebração para o diretor do Ceti, Jair Pinheiro. “Esse projeto resgata a nossa história, a nossa matriz africana. Nós, aqui no Liceu, estamos dando a nossa contribuição para que esses nossos jovens, ao concluírem o Ensino Médio, já tenham essa formação crítica, essa consciência de que o combate ao racismo é constante e diário”, lembrou o gestor.
Educar para Respeitar – Há um ano, a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) apresentou o programa Educar para Respeitar com orientações práticas para a promoção da equidade racial e o compartilhamento de boas práticas voltadas para a educação antirracista.
“Nossa missão é transformar as Escolas Seduc em ambientes cada vez mais equitativos, em que se aborde mais a história e cultura afro-brasileira, em que se avance na conscientização, respeito e inclusão, e com fortalecimento do acesso, permanência e qualidade de aprendizagem dos jovens”, pontuou o secretário da Educação, Washington Bandeira.