
Em entrevista ao Jornal do Piauí nesta segunda-feira (28), o secretário municipal de Planejamento (Semplan), Marco Antônio Ayres, deu mais detalhes sobre a retomada do Minha Casa, Minha Vida em Teresina e ações para coibir a presença das facções criminosas nas unidades do programa entregues em anos anteriores. De acordo com o gestor, alguns proprietários reais foram expulsos de suas casas.
“Tem casas que foram abandonadas ou cujos moradores foram expulsos, então estão sendo ocupadas por gangues. Estamos com esse problema hoje, principalmente na região Sul, que é onde há mais habitações. Não posso dar precisamente o número de casos, mas temos um conjunto na zona Norte que tem 13 unidades invadidas e que estão próximas de serem despejadas”, explicou o secretário.
Por conta disso, Ayres destacou ações em parceria com a Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP-PI) para recuperar essas unidades. “Estamos trabalhando em conjunto, levantando informações socioeconômicas das pessoas que estão habitando essas casas, para que a polícia, com o uso da força, retire os marginais e possamos fazer justiça social, entregando as casas para quem realmente precisa”, disse.
Lançamento do edital
A previsão é que o lançamento do edital para as mais de mil unidades da Faixa I do 'Minha Casa, Minha Vida' na capital piauiense ocorra na primeira quinzena de maio. Durante a entrevista, o secretário da Semplan afirmou que, após quatro anos sem a criação de novas unidades, o déficit habitacional na cidade é de pelo menos 30 mil famílias, que precisam atualizar o Cadastro Único (CadÚnico).
"Passamos quatro anos sem esse programa ser lançado em Teresina. Nos oito anos da gestão do prefeito Firmino Filho, foram sorteadas 18 mil unidades. Fizemos o cadastro de 34 mil pessoas e aproveitamos 18 mil sorteadas. Mas esse cadastro já caducou, então estamos iniciando um novo processo de cadastramento de famílias", destacou o gestor.
Após o lançamento do edital, as inscrições serão realizadas até a última semana do mês de maio. “Quando a pessoa se habilitar e, depois, for sorteada, ela passará pelo critério de entrevistas individuais para verificar se se enquadra nas situações específicas, como mãe solteira, coabitação, pessoas negras, pessoas com deficiência, idosos. Cada grupo tem sua faixa e seu percentual de aceitação no programa", ressaltou o secretário.
Moradias menos afastadas
Para evitar que as novas unidades sejam construídas em áreas mais distantes da cidade, a Semplan iniciou uma pesquisa de áreas públicas do município que possam receber o Minha Casa, Minha Vida. De acordo com o secretário, serão priorizados locais que já possuam uma infraestrutura mínima e uma rede de serviços públicos próxima, disponível para os futuros moradores.
“Temos áreas institucionais que podem ser transformadas, é claro, através de um processo de legalização na Câmara, e então doaríamos esses terrenos para o programa Minha Casa, Minha Vida, inclusive barateando o custo da unidade. A prefeitura já entregou uma casa bem localizada, não na fronteira da cidade, mas no miolo da zona que tem os serviços oferecidos”, concluiu.
Fonte: cidadeverde.com