O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta quarta-feira (28), estar estudando um programa de crédito para entregadores de aplicativo poderem adquirir motocicletas.
"Estou pensando em uma linha de crédito para financiar moto para os entregadores de comida, para eles não passarem por privações", disse o presidente na cerimônia de entrega do 1º Trecho do Ramal do Apodi, na Paraíba, que integra o projeto de transposição do Rio São Francisco.
Em março de 2024, Lula assinou o projeto de lei complementar 12/2024, conhecido como "PL dos Aplicativos". A proposta tem como objetivo regular os entregadores com garantia de direitos mínimos, como transparência dos dados, aposentadoria digna, auxílio em caso de acidente ou doença profissional, pensão por morte para sua família e licença maternidade. O projeto tramita hoje no Congresso.
Outros anúncios
Lula não entrou em detalhes, mas outros programas foram ventilados pelo presidente durante o discurso, como um financiamento para reforma de casas e o anúncio do lançamento do Mais Especialistas, que pretende diminuir o tempo de espera das filas do Sistema Único de Saúde (SUS).
O projeto, ligado ao Ministério da Saúde, quer facilitar o acesso de pacientes às consultas e aos exames especializados, deixando de lado filas de atendimento, e acontece na esteira no Programa Mais Acesso a Especialistas, lançado em abril de 2024.
Outro ponto citado pelo petista foi o preço do gás de cozinha. Lula adicionou que a Petrobras libera o produto a R$ 37 e chega para o consumidor a cerca de R$ 100, e que não há justificativa para a diferença.
Após "resolver" as medidas, Lula adicionou que deve viajar pelo Brasil.
Críticas a Bolsonaro
Na cerimônia, Lula também criticou o governo do antecessor Jair Bolsonaro (PL) e afirmou que a população não pode votar em "tranqueira" novamente.
"Nós viemos ao mundo para transmitir amor, para transmitir fraternidade e solidariedade, não para transmitir ódio. Por isso, o jeito é o seguinte: pode ter certeza, nós vamos continuar investindo em educação, nas coisas que vocês precisam, mas nunca mais vamos votar numa tranqueira para fazer o que foi feito nesse país no governo passado", afirmou.
Ainda durante o discurso, o petista mencionou o antecessor e ex-rival nas urnas como alguém que "mentia descaradamente" e "fazia fake news".
"Deus deixou sertão sem água"
Outra declaração do presidente na Paraíba foi a de que "Deus deixou o sertão sem água" porque "sabia" que ele se tornaria presidente e traria o recurso para região.
"Era um obra [transposição do Rio São Francisco] que muita gente não acreditava que a gente fosse fazer. Porque fazia 179 anos. Não estou falando de dez anos, estou falando de 179 anos que se prometia água para essa região. E eu, graças a Deus, descobri uma coisa: Deus deixou o sertão sem água porque sabia que eu ia ser presidente da República e ia trazer água pra cá", disse ele.
A fala foi acompanhada por aplausos de apoiadores presentes no local.
