OAB-PI pede afastamento de policial civil acusado de sacar arma para advogado dentro de delegacia

Representantes da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Piauí (OAB-PI) estiveram na Delegacia Geral de Polícia Civil, na manhã desta quinta-feira (25), para representar, administrativa e criminalmente, o Agente de Polícia Civil que ameaçou o advogado com uma arma de fogo o advogado, Hartônio Bandeira. O caso aconteceu no dia 18 de fevereiro, na Delegacia da cidade de Pedro II.

O caso veio à tona após o profissional comentar sobre o ocorrido, através de suas redes sociais, na última quarta-feira (24/02). A OAB ainda sustenta que a ação ‘atentou contra as prerrogativas do Advogado no pleno exercício da profissão’. Assista ao vídeo do momento:


O Presidente da OAB Piauí, Celso Barros Coelho Neto, afirmou que nenhuma violação das prerrogativas da Advocacia ficará impune. “Por conta deste fato, solicitamos providências junto ao Delegado Geral, Luccy Keiko, para o afastamento imediato do policial que feriu as prerrogativas da Advocacia na cidade de Pedro II, até que sejam concluídas as investigações e apurações do ocorrido”, frisou.

Entenda

Na quarta-feira (24), Hartônio Bandeira se dirigiu à delegacia para acompanhar um inquérito em andamento de seu constituinte. Contudo, teve acesso negado. Na oportunidade, o policial sacou sua arma e ameaçou o advogado.

Leia o relato do advogado:

No dia 18 de janeiro fui até a delegacia de polícia civil em Pedro II, tentei contato com delegado, mas não consegui. Posteriormente, registrei, via WhatsApp, a necessidade de receber documentos. Não fui atendido. Hoje, retornei à delegacia, e, conforme primeiro vídeo, não fui atendido e informado que teria que aguardar meia hora do lado de fora. Sai, aguardei no veículo.

Passado 30 min, adentro na dependência da DP e o mesmo agente sai transtornado, informando que não atenderia, eu usei a palavra mágica: Tenho prerrogativas para adentrar (art 7. VI b lei 8.906/94).

Ele saca a arma, diz que sou folgado e que vai atirar. O delegado o contém.

Ter conhecimento e não usá-lo e declarar-me ignorante, é certificar-me de incompetente. É olhar para meus filhos a noite e dizer que alguém confiou no meu trabalho e fui covarde, e a única coisa que pessoas covardes devem fazer é não ser advogado, não tentar socorrer aquele que grita.

Puxei minha arma, aquela carteira vermelha da OAB, surrada após 12 anos de uso, totalmente municiada pela minha mente que ainda me permite estudar e com a confiança do colete, que é a proteção divina, e com a sorte de ter aparecido alguém pra filmar, pude estar contanto essa história”.

 A Secretaria de Segurança Pública do Piauí informou que a Corregedoria da Polícia Civil vai apurar os fatos e analisará eventuais desvios de conduta.