Sem provas, Lula diz que Lava Jato foi "mancomunação" de juízes com os EUA

O presidente Lula (PT) usou sua visita à refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, nesta quinta-feira, 18, para fazer ilações sobre a operação Lava Jato e criticar o departamento de justiça dos Estados Unidos da América. A obra foi iniciada pelo petista ainda em seu primeiro mandato, em 2005, mas foi paralisada em 2015 após investigações da força-tarefa de Curitiba.

“Na verdade não era conta Petrobras, porque se você quisesse de fato apurar corrupção, você apura a corrupção. A história ainda vai ser contada. Mas eu vou dizer uma coisa como presidente da República, tudo o que aconteceu neste país foi uma mancomunação entre alguns juízes, alguns procuradores desse país subordinados ao departamento de Justiça dos Estados Unidos que queria e nunca aceitaram o Brasil ter uma empresa como a Petrobras”, disse Lula.

A construção da refinaria foi marcada por escândalos de corrupção e foi um dos símbolos da Lava Jato. Na época, as investigações indicaram problemas relacionados aos contratos e possíveis desvios de recursos da obra. O Tribunal de Contas da União (TCU) chegou a apontar superfaturamento de pelo menos R$ 2,1 bilhões durante as obras do projeto.

Localizada no Complexo Industrial Portuário de Suape, a 45 km de Recife, em Pernambuco, a refinaria começou suas operações em 2014 e é a unidade que apresenta a maior taxa de conversão de petróleo cru em diesel.

A visita do petista ao local marca a volta dos investimentos da Petrobras ao espaço. Até 2028, a estatal pretende investir US$ 17 bilhões na ampliação da capacidade de produção de combustíveis.

“Você não tem noção da alegria que eu estou de estar aqui e vestindo essa camisa cor de abóbora. Eu nem deveria estar contando essas coisas aqui, porque já se passou muito tempo, o povo já me colocou de volta na presidência e as pessoas que me acusaram estão apodrecendo, porque sabe que mentiram e sabem que o inferno os aguarda por tanta mentira que eles contaram”, completou Lula.

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, comemorou a retomada das obras. “Essa é a refinaria da volta por cima, do grau máximo de resistência e resiliência”, afirmou.