
O secretário de Estado do Vaticano e cardeal italiano, Pietro Parolin, é considerado um dos candidatos favoritos para o conclave, que elegerá o sucessor do papa Francisco, no início de maio.
Especialistas ouvidos pela CNN destacam os quase 40 anos de experiência na diplomacia da Santa Sé como diferencial para torná-lo um nome forte para a votação.
Conhecido como “número 2” de Francisco ou “vice-papa”, Parolin é visto como um candidato de compromisso entre progressistas e conservadores.
Ele foi diplomata da Igreja durante a maior parte de sua vida e serviu como secretário de Estado do Papa Francisco desde 2013 – ano em que Francisco foi eleito.
O cargo reúne as funções de um primeiro-ministro e um ministro das Relações Exteriores. Os secretários de Estado estão em segundo lugar, depois do pontífice, na hierarquia do Vaticano.

Parolin atuou anteriormente como vice-ministro das Relações Exteriores do Papa Bento XVI, que em 2009 o nomeou embaixador do Vaticano na Venezuela, onde defendeu a Igreja contra as iniciativas do então presidente Hugo Chávez para enfraquecê-la.
Ele também foi o principal arquiteto da reaproximação do Vaticano com a China e o Vietnã.
Conservadores o atacaram por um acordo sobre a nomeação de bispos na China. Ele defendeu o acordo, afirmando que, embora não fosse perfeito, evitou um cisma e proporcionou alguma forma de comunicação com o governo de Pequim.
Parolin nunca foi um ativista de linha de frente ou barulhento nas chamadas “Guerras Culturais da Igreja”, que se concentravam em questões como aborto e direitos LGBTQIA+, embora ele tenha condenado a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo em muitos países como “uma derrota para a humanidade”.
Ele defendeu o poder do Vaticano sobre os líderes da Igreja local, criticando as tentativas na Alemanha de permitir que padres abençoem simbolicamente casais do mesmo sexo. Ele afirmou que as Igrejas locais não podem tomar decisões que acabem afetando todos os católicos.
Uma pessoa gentil e de fala mansa, Parolin devolveria o papado aos italianos depois de três papas não italianos sucessivos – João Paulo II da Polônia, Bento da Alemanha e Francisco da Argentina.
Ele ingressou no serviço diplomático do Vaticano apenas três anos após sua ordenação sacerdotal em 1980, portanto sua experiência pastoral é limitada. Mas um fator a seu favor é o fato de falar vários idiomas.
Fonte: CNN