A Universidade Federal do Piauí (UFPI) vai entregar à cientista e arqueóloga francesa Niède Guidon o título de Doutora Honoris Causa. O título é o mais importante concedido por uma universidade a personalidades eminentes que tenham se destacado por sua contribuição à cultura, à educação ou à Humanidade.
A sugestão de homenagear a arqueóloga, reconhecida pelos trabalhos de pesquisas arqueológicas na região da Serra da Capivara, no Sul do Piauí, partiu do reitor Gildásio Guedes. A proposta foi aprovada pelo Conselho Universitário em 2023. Nesta quinta (4), a UFPI divulgou que foi marcada para a próxima quarta-feira, dia 10 de julho, a entrega da honraria. A concessão do título vai acontecer na cidade de São Raimundo Nonato, onde vive Niède.
Para o reitor da UFPI, Gildásio Guedes, a entrega do título é um reconhecimento fundamental dos trabalhos de Niède Guidon, além de celebrar a parceria entre a UFPI e o Parque Nacional Serra da Capivara.
"O título é uma forma de reconhecimento ao seu excepcional trabalho e dedicação, realizados para promover e divulgar o Parque Nacional Serra da Capivara. A parceria entre a UFPI e o Parque Nacional é de extrema importância, pois ambas as instituições trabalham juntas para promover o desenvolvimento da região e incentivar a pesquisa arqueológica. Os espaços físicos do local são compartilhados e utilizados pelas instituições que atuam no parque, proporcionando aos estudantes de arqueologia um campo de pesquisa único e enriquecedor", destaca o reitor.
Niède Guidon será homenageada em decorrência de suas pesquisas arqueológicas no Piauí, sendo responsável pela descoberta de mais de 800 sítios pré-históricos na área e vestígios dos primeiros habitantes humanos da Terra. Os vestígios de presença humana foram descobertos em escavações arqueológicas realizadas principalmente em abrigos rochosos naturais com muitas pinturas rupestres, no Parque Nacional Serra da Capivara, no Piauí, que foi declarado Patrimônio Mundial pela UNESCO em 1991.
A teoria levantada por Niède Guidon é importante até os dias atuais, pois explica a história do povoamento das Américas. Segundo sua teoria, os primeiros humanos chegaram ao continente a partir do Estreito de Bering, localizado entre a Sibéria e o Alasca, por volta de 12 mil anos atrás.
Niède Guidon atuou na área por cinco décadas, sendo diretora-presidente da Fundação Museu do Homem Americano (FUMDHAM). Atualmente, ela é presidenta emérita. Em 2018, a pesquisadora também foi condecorada com o título de Doutora Honoris Causa pela Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF).
Fonte: cidadeverde.com