Durante o julmentou que aconteceu na tarde desta quarta-feira(16), Maria Nercia dos Santos Mourão, confessou a autoria do assassinato na morte da filha, a advogada, Izadora Mourão, durante seu depoimento no julgamento do crime, realizado através da 2ª Vara da Comarca da cidade de Pedro II. Em sua fala, a mãe descartou a participação do irmão da vítima, João Paulo Santos Mourão, que também está sendo julgado e diz que matou a filha sozinha.
A mãe relatou como o assassinato ocorreu, com uma série de detalhes. Segundo ela, a família vinha com diversos problemas a partir da advogada após sua separação, onde era bastante afetada. No depoimento, ela disse que no dia do crime, Izadora estava dormindo na cama do irmão, quando decidiu tirar a vida da própria filha a sangue-frio. Depois do crime, ela confessou que encobertou toda a situação.
Maria Nerci detalhou que primeiro golpe que deu foi no pescoço, na 'veia matadora', enquanto a filha estava na cama. Na sequência, a advogada reagiu, pegou em seu braço e a mãe continuou a esfaqueá-la até a morte.
DEPOIMENTO
"Ele (João Paulo) foi para meu quarto, encostou a porta e ficou lá. Eu me lembrei assim, que como ela disse que vai me matar e vai judiar com todo mundo aqui, eu vou saber se ela está se mexendo ou dormiu. Ela tava dormindo em um sono pesado mesmo, com o lado do coração para cima. Eu tinha levado a faca disse que é hoje ou é nunca. Eu peguei e dei primeiro golpe e foi muito forte, acertei na veia que mata mesmo. Ela pegou no meu braço esquerdo e se virou; ela queria se levantar para pegar a faca. Ela pegou no meu braço, se sustentou e eu dei um golpe muito forte, saiu bastante sangue eu fiquei golpeando porque, ela vai tomar essa faca e vai matar todo mundo ela ficou la emborcada. Confesso. Tudo o que tinha de força eu botei para dar certo. Eu dei várias, com medo dela se levantar e tomar a faca. Dei mais e mais e enquanto eu podia eu dei, mas a primeira foi a que matou, porque saiu bastante sangue”, explicou.
Durante seu relato, Maria Nerci dos Santos Mourão destacou que tomou a atitude em sua defesa, diante a maneira como a filha vinha lhe tratando e sua família. “Sei que é errado, mas diz que quem mata em sua livre defesa não é pecado, ela tava muito má comigo, demais. Não quero nenhuma mãe do mundo passe o que passe na minha vida. Eu não tava mais suportando, ia ter que sair daquela casa, não sabia o que fazer. Já tinha pessoa que já sabia o que eu tava passando. Tem muita gente me julgando muito mal, eu não sou ruim não”, disse.
O CRIME:
A advogada Izadora Mourão, 41 anos, foi assassinada com cerca de sete facadas dentro de seu quarto na manhã deste sábado (13), na cidade de Pedro II. A informação foi repassada pelo delegado responsável pelo caso, Jorge Terceiro.
Izadora Mourão estava dentro de seu quarto quando teria sido surpreendida por uma pessoa, que a teria golpeado várias vezes na região do pescoço. A advogada não resistiu aos ferimentos e morreu ainda no local do crime.