Após dois dias foi concluída a audiência do duplo homicídio de Luian Ribeiro de Oliveira, 16 anos, e Anael Natan Colins, 17 anos, executados após invadirem uma residência para ter acesso à uma festa em um sítio em Teresina.
O empresário João Paulo e o advogado Guilherme de Carvalho Sousa confessaram o crime, mas alegaram legítima defesa. O advogado dos acusados já entrou com um pedido de soltura.
"Foi feita a instrução do processo e no interrogatório deles, na autodefesa [a primeira vez que falaram sem ser pressionados] eles contaram que deixaram os adolescentes no local onde foram encontrados para evitar uma possível volta deles, pois entenderam que se deixassem na delegacia iam voltar ligeiro, pois eram menores e um era filho de policial. Só que houve a confusão. A tese é de legítima defesa. Eles contaram que, na confusão, o Guilherme atirou. ", explica José Vinicius Farias, advogado que integra a defesa dos réus.
O terceiro réu, Francisco das Chagas Sousa, não compareceu por motivo de doença.
O juiz Antônio Reis de Jesus Nollêto, da 1ª Vara do Tribunal Popular do Júri de Teresina, deu prazo de 25 dias para as alegações finais. Na sequência, o juiz decide se vai pronunciar os réus.
"Antes disso, devemos ter o resultado de um pedido de liberdade, pois acreditamos que houve o esvaziamento do motivo alegado, pois disseram que eles ofereciam riscos à ordem pública. Só que a prova produzida mostrou que isso não é verdadeiro", reforça a defesa.
Para o advogado, o resultado da audiência foi satisfatório. Ele reforça que não foi comprovado tortura e contesta a idoneidade da perícia.
"Falaram que teve braço quebrado, que teve maxilar deslocado. Mas o deslocamento se deu pelo tiro. Além disso, o tio de uma das vítimas disse que foi o primeiro a chegar no local e virou os corpos. Então houve violação do local de crime. Por isso, a perícia não tem idoneidade. A instrução do processo mostrou que a perícia não observou os cuidados. Isso não diz que não houve homicídio, mas diz que não tem como concluir a posição como estavam os cadáveres", sustenta o advogado José Vinicius Farias.