Depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicar seu advogado Cristiano Zanin Martins para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), partidos do Centrão iniciaram um movimento para lotear o Judiciário. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), se movimenta para também colocar seu advogado no Tribunal Superior do Trabalho (TST). A briga por vagas inclui ainda o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e uma segunda vaga no Supremo, que ainda nem foi aberta, mas já é alvo de cobiça do PT, do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e do senador Renan Calheiros (MDB-AL), líder da maioria no Senado.
O palco de enfrentamento mais recente surgiu na vaga no TST, reservada para representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), aberta com a aposentadoria do ministro Emmanoel Pereira. Em agosto, sai a lista com os seis nomes mais votados pelos conselheiros federais para a Corte trabalhista. Depois disso, os 26 atuais ministros do TST fazem uma votação da qual saem três nomes mais votados para que um deles seja nomeado por Lula.
Segundo o site Estadão apurou com três interlocutores da OAB que Lira apelou ao presidente nacional da entidade, Beto Simonetti, pela viabilização do advogado alagoano Adriano Avelino, que advoga para ele e para sua família em questões trabalhistas, enquanto Calheiros defende o nome de outro conterrâneo: Fernando Paiva, ex-conselheiro federal da OAB.
Lira disse que “tem dois amigos nessa lista (da OAB para o TST)”, em referência a Avelino e Paiva. Porém, o deputado ressaltou que não tem preferência pelo avanço de nenhum dos dois, que chamou de “dois excelentes advogados”. O Estadão apurou, contudo, que ele tem atuado pessoalmente em defesa de Avelino.
“Advogo para ele (Lira) e o pai (Benedito de Lira), mas isso não se mistura com a parte política. Se eu chegar à lista tríplice, claro que o presidente da Câmara tem compromissos com várias bancadas, então não estou contando com apoio político nenhum. Minha preocupação hoje é entrar na lista sêxtupla”, afirmou Avelino.
Com mais cargos acumulados ao longo da história na OAB do que seu conterrâneo, Paiva – o candidato de Renan – é tratado como um dos candidatos preferidos de Felipe Sarmento, decano do conselho federal da OAB e um dos principais puxadores de votos entre os conselheiros.
Fonte; Estadão