A Fundação Cafu, localizada no bairro Jardim Irene, na zona sul de São Paulo, onde nasceu o jogador que dá nome à instituição, anunciou na sexta-feira (20), por meio de um comunicado nas redes sociais, o encerramento das atividades, que incluiam oficinas esportivas e culturais a crianças, adolescentes, idosos e moradores da região. 

A informação foi confirmada por um funcionário da instituição. A previsão é que a equipe volte do recesso de fim de ano no dia 6 de janeiro e continue trabalhando até o dia 20. O motivo apontado para o fechamento é uma crise financeira que já dura pelo menos três anos.

“O salário de novembro está atrasado e nosso receio é que o de dezembro também não seja pago no dia correto”, disse um funcionário que preferiu não se identificar.

A Fundação Cafu possuia 17 funcionários. Desses, dez pediram demissão. “No ano passado, chegamos a ficar quatro meses sem receber”, disse o funcionário. “Então, nós já esperávamos por isso. Alguns funcionários acreditavam que era melhor fechar. Não tinha como continuar.”

Segundo o funcionário, diversos colegas preferiram se desligar da Fundação, como faxineiros, cozinheiros e professores. “Ficaram somente um professor de música, outro de vôlei e o pessoal da brinquedoteca.”

Entre os anos de 2017 e 2018, a Fundação chegou a receber entre 750 e mil crianças, adolescentes e idosos. A partir de 2018, com a crise financeira, o número sofreu uma redução e chegou a 250 pessoas. A diretoria da Fundação organizou uma série de reuniões para conversar com os pais das crianças atendidas e informar os motivos para o fechamento. 

Em comunicado oficial, divulgado pela instituição na sexta-feira, a Fundação afirma que há alguns o espaço vinha enfrentando problemas. “Mas os anos de 2018 e 2019 foram muito difíceis, duros. Tanto para a Fundação como para seu idealizador, Cafu, que está enfrentando uma das maiores perdas de sua vida”, diz o anúncio.

A equipe afirmou também que foram 16 anos de trabalho. “Trabalhamos duro, por vocês, pelo Jardim Irene e por um futuro com mais oportunidades”, diz o documento. “Não queremos enxergar o dia de hoje com tristeza, mas com alegria e cabeça erguida, pela convicção de que cumprimos um papel fundamental dentro desta comunidade.”

“Hoje colocamos um ponto final neste ciclo, mas temos um pedido: continuem alimentando sonhos! Sonhem cada vez mais alto. Tenham fé e coragem. Sejam protagonistas de suas histórias, agentes de transformação.”

Fonte: R7