Deputada fala sobre a saúde no Piauí e destaca "poucos resultados"

Não é de hoje que a situação da Maternidade Evangelina Rosa é questionada por autoridades e especialistas da área da saúde. Tanto que em novembro de 2018, o Conselho Regional de Medicina (CRM-PI), realizou a interdição parcial da unidade após constatar uma série de irregularidades dentro das dependências, entre as quais foram apontadas a superlotação, falta de insumos, medicamentos e questões estruturais.

Sobre o tema, o Portal Encarando conversou com a deputada estadual pelo Partido Verde (PV), Teresa Britto, que adiantou que será uma das integrantes da Comissão de Educação, Saúde e Cultura da Alepi. Ao falar sobre a situação da maternidade, a parlamentar não escondeu o descontentamento e destacou pontos, que segundo ela, são os fatores que mais influenciam na precariedade do local.

“Entendemos que diante das demandas que temos, e por ela ser a única maternidade de alta complexidade do estado, ela deva continuar os trabalhos. Mas maternidade Evangelina Rosa, passa por uma situação muito delicada. O índice de mortalidade infantil, que está acima do nível nacional, as más condições de trabalho, tudo isso influencia para que ela esteja nessas condições. No momento, o que podemos fazer e estamos fazendo, é um trabalho de fiscalização e acompanhamento em conjunto o Conselho Regional de Medicina, e o Ministério Público, na cobrança junto ao Governo do Estado”, disse.

A deputada ainda alertou, que os recursos que são destinados para a saúde não são suficientes para manutenção de um serviço de qualidade na maternidade e em outros hospitais do Piauí, já que o Governo do Estado repassa para o setor apenas um valor mínimo obrigatório, estipulado pela Constituição Nacional.

“Para que essa triste realidade seja mudada é necessário que o governador Wellington Dias, destine mais recursos. Hoje ele coloca apenas os 12%, que é constitucional, então não há nenhum investimento a mais de recursos próprios por parte do governo”, declarou.

Ao finalizar sua fala sobre essa questão, Teresa Britto disse: “Além dos recursos, cabe destacar a importância de um bom gerenciamento. Para avançar, precisamos de uma gestão competente dos órgãos responsáveis pela área da saúde, e para isso, o governador precisa ter vontade política para que os problemas sejam resolvidos”.

Sobre a Fundação Hospitalar

Sobre a questão do gerenciamento da saúde, a deputada comentou alguns pontos referentes à Fundação Estadual Piauiense de Serviços Hospitalares (FEPISERH), responsável por gerir a maternidade e grande parte dos hospitais do estado.

A Fundação Hospitalar entrou na lista das extinções que apodem acontecer caso a reforma administrativa seja aprovada. Segundo a parlamentar, até o momento, não houve nenhum requerimento para que o órgão continue existindo. Além disso, ela destacou que não enxerga resultados concretos na forma como a Fundação vem trabalhando.

“Eu vejo um problema sério, ou a Fundação Hospitalar existe para atender toda a rede hospitalar, ou ela deve ser extinta e transformada em um departamento ou coordenação interna vinculada a secretaria. Porque hoje, ela está fazendo uma gestão de poucos resultados. O órgão não tem preparo para atender as demandas do estado, uma vez que, foi criado sem nenhum preparo técnico e os demais corresponsáveis não tem um papel bem definido, ou seja, é um departamento cheio de superposições”, declarou.

Teresa Britto justificou sua declaração falando sobre as reclamações que recebe, e questionou se criação do órgão foi apenas para “satisfazer um aliado ou partido político”.

“Constantemente eu recebo denúncias de hospitais que faltam medicamentos, que faltam insumos como luvas, gaze, material de limpeza e assim por diante, e a informação que se tem é que o governo do estado não dá as mesmas condições para a Fundação fazer uma gestão eficiente, que dá para a Sesapi, que também está ruim. Por isso é importante revisar essa questão das competências. Se esses órgãos são realmente para ajudar o estado ou se foi criado apenas para satisfazer um aliado ou partido político. Se ele criou nessas condições, ele não está sendo um bom companheiro, está apenas colocando o gestor em uma situação difícil, porque a situação será de cobrança, e eu mesma estou cobrando muito, como parlamentar”, reiterou a deputada.