Gilmar pede que STF retire porte de arma de Rodrigo Janot

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes pediu nesta sexta-feira, 27, no âmbito do inquérito que apura fake news e ameaças contra ministros da Corte, que seja determinada a retirada do porte de arma do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot  e que ele fique impedido de ir ao tribunal.

A petição de Gilmar foi apresentada depois de Janot dizer em entrevista a Veja  que, em 11 de maio de 2017, quando ainda era o chefe da Procuradoria-Geral da República (PGR), foi armado ao STF com a intenção de matar Gilmar com um “tiro na cara” e em seguida se suicidar, mas desistiu depois de chegar a sacar e engatilhar a pistola, na antessala do plenário do Supremo.

Caberá ao ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito sobre as fake news no Supremo, decidir sobre os pedidos do colega. Nesta sexta-feira, por meio de nota, Gilmar Mendes se disse surpreso com a revelação de Janot, recomendou que ele procure “ajuda psiquiatrica” e lamentou “o fato de que, por um bom tempo, uma parte do devido processo legal no país ficou refém de quem confessa ter impulsos homicidas, destacando que a eventual intenção suicida, no caso, buscava apenas o livramento da pena que adviria do gesto tresloucado. Até o ato contra si mesmo seria motivado por oportunismo e covardia.”

Rodrigo Janot vai lançar na próxima semana o livro Nada Menos que Tudo, escrito pelos jornalistas Jailton de Carvalho e Guilherme Evelin, em que narra episódios desconhecidos ao longo dos quatro anos em que esteve à frente das investigações do maior escândalo político do país.